Serpa contra “sistemático fecho” das urgência do hospital

4 de Julho 2022

A população de Serpa, no distrito de Beja, manifestou-se hoje contra o “sistemático fecho” do serviço de urgências do Hospital de São Paulo, naquela cidade alentejana, que é gerido pela Santa Casa da Misericórdia.

O protesto arrancou às 18:00, junto ao cineteatro municipal de Serpa, e terminou próximo do hospital, numa iniciativa organizada pelo Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo.

“A posição que pretendemos marcar é a que temos vindo sempre a defender, ou seja, a reversão deste hospital para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a garantia dos meios humanos necessários ao seu funcionamento 24 horas por dia”, disse à agência Lusa o porta-voz do movimento, Luís Mestre.

De acordo com este responsável, o Hospital de São Paulo “chegou a uma situação de grande degradação”, estando sem serviço de urgência entre as 00:00 e as 08:00 “desde o início de 2022”.

“Agora é raro o dia em que o hospital funciona mesmo durante o dia, porque não há médicos que assegurem o seu funcionamento”, acrescentou.

Luís Mestre frisou que “é o acesso à saúde que está posto em causa” no concelho, “com mais gravidade a cada dia que passa”.

O porta-voz do movimento lamentou também que nem a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo nem a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) tenham atendido aos seus pedidos de reunião.

Esta situação levou o movimento a organizar o protesto de hoje, uma vez que existe entre a população “um sentimento de preocupação, de insegurança e de revolta” pelo “estado a que chegou” o hospital, “que era de excelência”, frisou Luís Mestre.

O Hospital de São Paulo, em Serpa, passou a ser gerido pela Santa Casa da Misericórdia local em 01 de janeiro de 2015 e por 10 anos, ao abrigo de um acordo assinado em 2014 entre a instituição, a ARS do Alentejo e a ULSBA.

Na opinião do porta-voz do movimento, desde então os problemas da unidade têm vindo a agravar-se, atingindo “agora estas proporções inaceitáveis”.

Por isso, além do protesto, o Movimento em Defesa do Hospital de São Paulo está “a desenvolver uma petição”, na qual é defendido o regresso da unidade ao SNS.

LUSA/HN

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