Covid-19: Autoridades moçambicanas investigam irregularidades em apoios

6 de Julho 2022

O Ministério da Economia e Finanças de Moçambique entregou ao Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) o relatório que detetou irregularidades nos fundos usados para o combate à Covid-19, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

“No quadro da colaboração interinstitucional, o relatório foi disponibilizado ao GCCC”, afirmou a fonte, sem dar mais detalhes.

Cerca de 11% do dinheiro de doadores para Moçambique enfrentar a covid-19 em 2020 foi usado de forma irregular, reconheceu o próprio Governo num relatório divulgado em maio e em que elenca alguns passos dados para corrigir a situação.

Em causa está o equivalente a cerca de 30 milhões de euros do total de 285 milhões de euros em doações utilizadas pelo Estado moçambicano em 2020.

“Constatou-se que no decurso da implementação dos projetos executados por alguns dos setores beneficiários foram registadas irregularidades associadas a processos de contratação, deficiências nos processos de prestação de contas, pagamento irregular de ajudas de custo de funcionários e despesas não elegíveis”, lê-se no relatório disponibilizado no portal do Ministério das Finanças.

A quase totalidade do valor em causa diz respeito a “pagamentos que não observaram os procedimentos de contratação legalmente estabelecidos”, num montante de cerca de 28 milhões de euros relativos à reabilitação e construção de sanitários em escolas e melhoria de sistemas de abastecimento de água.

Uma parte (não quantificada) dos casos já foi, entretanto, sanada, diz o Governo, graças a procedimentos desencadeados depois de uma auditoria do Tribunal Administrativo ter detetado as irregularidades.

O executivo promete sancionar quem ainda não regularizou os processos de contratação.

O fundo de doações para o plano de resposta de Moçambique à covid-19 contou com contribuições do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Islâmico de Desenvolvimento, Banco Mundial, União Europeia (UE), Estados Unidos da América e Fundo Global.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights