PS/Terceira diz que houve redução de deslocação de médicos às freguesias da ilha

31 de Agosto 2022

O PS da ilha Terceira, nos Açores, alega que os cuidados de saúde primários na ilha pioraram, com o atual executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM), dando como exemplo a redução de médicos em vários núcleos de saúde de freguesia.

“Os cuidados de saúde primários pioraram ou deixaram de existir em várias freguesias da ilha Terceira. Face a esta realidade, importa questionar se isto não corresponde a uma intenção do governo de acabar com os núcleos de medicina familiar nas freguesias da ilha Terceira”, afirmou a dirigente socialista Marília Vargas, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

O PS/Terceira deu como exemplo a redução do horário de consultas dos médicos de Medicina Geral e Familiar em várias freguesias da ilha.

“Vemos, por exemplo, o caso do Porto Judeu, em que havia dois médicos que iam lá, houve uma redução de um médico e o médico [que ficou] reduziu o horário por semana”, avançou Marília Vargas.

“Temos o caso do Posto Santo, que tinha médico de família e perdeu o médico de família; temos o caso de Santa Bárbara em que o médico ia três ou quatro vezes por semana e neste momento está a ir uma vez por semana, e por vezes nem vai”, acrescentou.

A dirigente socialista referiu ainda o caso da freguesia da Terra Chã, que tem “instalações prontas há mais de um ano e equipamento adquirido”, mas “continua sem ter acesso a médico de família”.

Confrontada com o facto de terem existido também falhas nas deslocações de médicos às freguesias no período em que o PS governou a região (durante 24 anos, até novembro de 2020), Marília Vargas disse que “a situação está muito pior do que estava anteriormente”.

Em julho, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, revelou que existiam na ilha Terceira, que tem cerca de 53 mil habitantes, perto de 8.000 utentes sem médico de família.

O governante adiantou que tinham sido já contratados três médicos de Medicina Geral e Familiar para a Unidade de Saúde da Ilha Terceira e que estava a decorrer um concurso para a integração de mais seis, mas que até à data tinham surgido apenas três interessados.

Para a dirigente do PS/Terceira, não basta abrir concursos para fixar médicos na ilha, porque “esses concursos ficam desertos”, e os incentivos criados não são suficientes.

“Abrir os concursos não vai resolver a falta de médicos. É preciso fazer um trabalho mais exaustivo, porque os médicos não vão cair do céu, eles não estão a vir para cá. É preciso trabalhar exaustivamente, saber que médicos querem vir para cá, que médicos têm raízes nos Açores, que possam querer vir, que projetos profissionais podem motivá-los”, apontou.

Segundo Marília Vargas, várias instituições têm solicitado reuniões com o secretário regional da Saúde sobre a falta de médicos de família nas freguesias, mas “nunca tiveram resposta”.

A dirigente do PS/Terceira disse que a autarca da freguesia do Porto Judeu (PS) denunciou na rede social Facebook que aguardava “há mais de 20 meses” para se reunir com o governante e que Clélio Meneses reagiu de forma “irritada e desesperada”.

“O secretário regional da Saúde, como não conseguia desmentir a realidade, resolveu desesperadamente atacar e ofender quem se limitou a evidenciar a verdade”, acusou.

“O PS da ilha Terceira não pode aceitar que se tente condicionar a liberdade de expressão, que se ataque ou se tente condicionar sistematicamente quem apenas demonstra corajosamente que a realidade que se vive é muito diferente do que alguns anunciam, quem trabalha apenas para servir a população”, acrescentou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Portugal tem101 médicos especializados em cuidados a idosos

Portugal conta com 101 médicos geriatras especializados em cuidados a idosos, segundo a Ordem dos Médicos, uma especialidade médica criada no país há dez anos mas cada vez com maior procura devido ao envelhecimento da população.

Mudanças de comportamento nos idosos podem indiciar patologias

Mudanças de comportamento em idosos, como isolar-se ou não querer comer, são sinais a que as famílias devem estar atentas porque podem indiciar patologias cujo desenvolvimento pode ser contrariado, alertam médicos geriatras.

MAIS LIDAS

Share This