Ordem dos Médicos defende mudanças na cultura do SNS para ser mais próximo dos utentes

7 de Outubro 2022

A Ordem dos Médicos defendeu hoje que é preciso “mudar a cultura” do Serviço Nacional de Saúde, para que seja mais efetivo e mais próximo dos doentes, e “não passe todo o tempo” a tentar resolver os problemas da urgência.

“Acho que estamos num período muito importante de mudança do sistema de saúde. Há uma nova equipa governativa e nós temos que mudar a cultura do SNS atual de maneira a que ele seja mais efetivo, mais próximo dos doentes e que resolva os problemas e que não passe todo o tempo a tentar resolver os problemas da urgência e das más funções do sistema”, disse à agência Lusa o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos no final de uma visita ao hospital pediátrico D. Estefânia, em Lisboa.

Alexandre Valentim Lourenço adiantou que tem visitado várias unidades de saúde da região sul do país com o objetivo de conhecer as realidades das várias especialidades, dos vários hospitais, falar com os médicos e “motivá-los para uma capacidade de liderança das suas unidades e de poderem eles próprios governar o seu próprio destino”.

“Há que mudar o sistema e para mudar o sistema é preciso médicos”, defendeu.

O responsável explicou que estas visitas são para ouvir e para perceber quais “são os principais problemas, os principais anseios”, mas também dizer que os profissionais têm uma função muito importante e que “a única maneira de mudar o sistema não é abandoná-lo, não é sair para a medicina privada, não é mudar de profissão, mas sim lutar por aquilo que eles gostam de fazer, que é exercer medicina”.

Relativamente ao que lhe é transmitido pelos médicos, Alexandre Valentim Lourenço contou que o que se percebe no Hospital D. Estefânia, e nos outros, é que há um período de expectativa.

“Eu poderia dizer esperança, mas a esperança muitas vezes serve também de palco para desilusão, mas há uma expectativa de perceber como é que esta equipe vai mostrar os seus primeiros dias de ação”, declarou.

No seu entender, “é essencial” que, numa altura em que os profissionais de saúde estão a tomar decisões no sentido de ficar ou não no SNS, mostrar que vale a pena.

“O que estas pessoas querem dizer é: nós queremos decisões sensatas, queremos incentivos, queremos ter forma de perceber que há um futuro nos próximos 20 anos e que não vamos continuar nos próximos 20 anos a trabalhar como estamos”, disse o também especialista em ginecologia e obstetrícia.

A nova Direção Executiva do SNS, liderada por Fernando Araújo, que entrará plenamente em funções a partir de 01 de janeiro do próximo ano, vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.

LUSA/HN

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