Barrow lembrou que pelo menos 66 crianças morreram nos últimos três meses de insuficiência renal aguda, casos que estão a ser associados a xaropes para a tosse.
Em 23 de setembro, as autoridades da Gâmbia determinaram a retirada dos xaropes de paracetamol ou prometazina.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta em resposta às mortes, sobre quatro medicamentos contaminados identificados na Gâmbia que “foram potencialmente associados a lesões renais agudas e a 66 mortes entre crianças”, disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa declaração emitida na quarta-feira.
“A perda de jovens vidas é para além de desoladora para as famílias”, disse o responsável.
Os quatro medicamentos são xaropes para a tosse e a constipação produzidos na Índia, segundo o comunicado da OMS.
Embora ainda só tenham sido detetados na Gâmbia, os xaropes contaminados poderão ter sido distribuídos noutros países, alertou a organização, que está a investigar a empresa e as autoridades regulatórias na Índia.
“A OMS recomenda que todos os países detetem e removam estes produtos de circulação para prevenir mais prejuízos para os pacientes”, diz o comunicado.
Em colaboração com a Sociedade da Cruz Vermelha da Gâmbia, o Ministério da Saúde enviou centenas de pessoas para recolher os xaropes suspeitos numa campanha de porta-a-porta.
Na nota de imprensa divulgada esta sexta-feira, o Presidente da Gâmbia apontou que, apesar das reações a nível nacional e internacional, o número de 66 mortes não difere muito das estatísticas de anos anteriores no mesmo período.
Adama Barrow também manifestou a sua confiança no seu ministro da Saúde e nos serviços de saúde.
“Graças à sua rápida intervenção e ao apoio dos nossos parceiros, o fenómeno está agora sob controlo, pois apenas dois casos [de insuficiência] foram relatados nas últimas duas semanas”, referiu.
O governante determinou a realização de investigações sobre a origem dos xaropes adulterados e a aplicação de medidas de salvaguarda para impedir a importação de medicamentos não conformes.
Também solicitou a criação de um laboratório de controlo de qualidade de medicamentos, bem como a atualização dos textos existentes sobre produtos farmacêuticos.
LUSA/HN
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