Operação Nariz Vermelho chegou a milhares de crianças hospitalizadas em 20 anos

8 de Outubro 2022

A Operação Nariz Vermelho, lançada há 20 anos para tornar menos penoso o internamento hospitalar na infância, chegou a milhares de crianças e transformou o resultado desse trabalho num musical que estará agora em cena, em Lisboa.

A vontade de levar alegria às crianças hospitalizadas partiu de um grupo de profissionais das artes do espetáculo, os doutores palhaços. A tarefa é assumida por artistas profissionais, aceites nos hospitais como parte da equipa.

“É sempre um momento muito esperado porque é o momento da distração, da brincadeira”, contou à agência Lusa a enfermeira Palmira Silva, do Hospital Dona Estefânia, uma das unidades parceiras na iniciativa, em Lisboa.

Para a enfermeira, este é “um projeto ganho”, que tem proporcionado “muita alegria” e que contribui para a humanização dos cuidados de saúde. “Há crianças que passam anos internadas”, frisou.

Todas as semanas, a operação está em curso e passa por diversas unidades hospitalares. No Hospital Dona Estefânia funciona ininterruptamente desde 2002, segundo a enfermeira.

Pensado para ser um projeto de inclusão, abrange os pais das crianças internadas e o pessoal hospitalar: “Há aqui um envolvimento de todas as partes. Quase os consideramos como parte da equipa. Ajuda-nos a aliviar o nosso dia-a-dia”.

A intervenção dos palhaços passa por praticamente todas as unidades, incluindo o bloco operatório. Fazem rir, mas também confortam na dor quando é preciso sujeitar as crianças a intervenções invasivas ou mais dolorosas.

Para a enfermeira, o balanço da Operação Nariz Vermelho é “muito positivo”.

“Compasso de Palhaço – Pequena Sinfonia para as Horas Vagas” é a peça que assinala os 20 anos da iniciativa e na qual os artistas retratam a vida dos doutores palhaços fora do horário de serviço. Estará em palco no Centro Cultural de Belém de 27 a 30 de outubro, com sessões para escolas e público em geral.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

Sónia Dias: “Ciência da Implementação pode ser catalisador para adoção de políticas baseadas em evidências”

Numa entrevista exclusiva ao Healthnews, Sónia Dias, Diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA), destaca a criação do Knowledge Center em Ciência da Implementação e o lançamento da Rede Portuguesa de Ciência da Implementação como iniciativas estratégicas para “encontrar soluções concretas, promover as melhores práticas e capacitar profissionais e organizações para lidarem com os desafios complexos da saúde”

MAIS LIDAS

Share This