“Aviões militares norte-americanos e canadianos chegaram a Porto Príncipe para levar equipamento de segurança essencial, adquirido pelo Governo haitiano” para a polícia do país, de acordo com um comunicado conjunto dos Governos norte-americano e canadiano.
“Este equipamento vai ajudar a polícia nacional do Haiti na luta contra agentes criminosos que fomentam a violência e perturbam o fluxo da ajuda humanitária vital, prejudicando esforços para travar os casos de cólera no Haiti”, acrescentaram.
Na semana passada, o governo de Porto Príncipe pediu à comunidade internacional para que enviasse uma “força armada especializada”, um apelo feito também pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Na quarta-feira, os Estados Unidos disseram estar prontos a intensificar a assistência humanitária e de segurança, mantendo-se cautelosos quanto ao envio de tropas terrestres.
Protestos e pilhagens têm ocorrido no país desde 11 de setembro, quando o Governo anunciou um aumento do preço dos combustíveis. E desde meados de Setembro, o terminal de Varreux – o maior terminal de importação de combustível do país – tem sido controlado por poderosos grupos armados.
De acordo com um relatório da ONU publicado na sexta-feira, estes grupos controlam até 60% da capital, e utilizam a violação e a violência sexual para “espalhar o medo” e alargar o controlo sobre um país já atormentado pela insegurança.
Na semana passada, a ONU também alertou para um possível aumento de casos de cólera no Haiti, depois de terem sido comunicados os primeiros casos da doença na ilha em três anos, com 32 casos confirmados e 224 casos suspeitos, a 08 de Outubro, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Cerca de 10 mil pessoas morreram de cólera no Haiti entre 2010 e 2019.
Além disso, 19 mil pessoas sofrem de carências alimentares, tendo de se contentar com uma única refeição por dia feita de alimentos de má qualidade, advertiu, na sexta-feira, o diretor do Programa Alimentar Mundial (PAM) para o Haiti, Jean-Martin Bauer.
NR/HN/LUSA
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