Diretor Executivo defende SNS “mais eficiente, inclusivo” e capaz de garantir a confiança dos utentes

11 de Novembro 2022

No âmbito do 25º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, Fernando Araújo explicou que tipo de SNS quer para o século XXI e as propostas que tem através da sua direção-executiva. A sustentabilidade, a digitalização do sistema, a melhoria do acesso aos cuidados e captação de profissionais de saúde serão as principais apostas do novo órgão.

Através de um vídeo divulgado na sessão, o responsável começou por admitir que “gostaria que o SNS fosse um sistema mais próximo das pessoas”, capaz de responder às necessidades dos utentes. O novo diretor executivo reconheceu que atualmente existem inúmeras barreiras que dificultam o acesso aos melhores cuidados.

Para Fernando Araújo o atual funcionamento do sistema tornou os médicos de família em “autênticos secretários, limitando-os daquilo que gostam de fazer e para aquilo que foram preparados”. Neste sentido, defendeu a libertação dos médicos de tarefas burocráticas, a aposta na digitalização do sistema e a introdução de equipamentos inovadores nas unidades de saúde.

“Os equipamentos mais inovadores têm de voltar a estar presentes no SNS. É fundamental para formar profissionais, permitindo a sua diferenciação. Temos de conseguir dar uma resposta qualitativa aos cidadãos. Esta será seguramente uma prioridade da Direção Executiva”, afirmou.

Sobre os desafios atuais do SNS, o responsável destacou a retenção de profissionais de saúde, defendendo, por isso, um conjunto de medidas para garantir um Serviço Nacional de Saúde mais atrativo. As medidas em causa passam por: melhores remunerações salariais e condições de trabalho, conciliação da vida pessoal e familiar, perspetivas de progressão na carreira, estabilidade, tempo para a investigação, entre outras.

No 25º Congresso da Ordem dos Médicos, o responsável reconheceu o cansaço e desmotivação das equipas profissionais “após uma pandemia e seguida de uma pressão pela recuperação das listas de espera”.

Neste sentido, garantiu o seu compromisso na criação de um SNS “que promova verdadeiros líderes”. “A lideranças são fundamentais para que haja uma mudança de paradigma, acompanhada de um programa de apoio de avaliação de desempenho de forma a promover as melhores práticas”.

Sem esquecer a importância da sustentabilidade do sistema de saúde, Fernando Araújo garante que será exigido aos gestores “contas equilibradas”.

O dirigente explicou, por outro lado, que a despesa na saúde pode vir diminuir com uma maior aposta na medicina preventiva. “Quando olhamos para os números da OCDE, vemos que em termos clínicos somos dos melhores países, mas somos dos que menos aposta na prevenção de doenças”.

O diretor executivo conclui, assim, que quer um SNS mais justo, mais inclusivo, eficiente e que facilite o acesso aos cuidados de saúde. “Temos que reduzir os custos administrativos e demonstrar aos portugueses que o valor que colocam dos seus impostos no SNS é traduzido em resultados em saúde.”

“Queremos um SNS em que os cidadãos possam confiar. Este é o SNS do para o século XXI”, concluiu.

HN/Vaishaly Camões

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