BE/Açores lamenta falta de médicos de família na ilha do Faial

16 de Novembro 2022

O líder da bancada do BE na Assembleia Legislativa dos Açores, António Lima, lamentou que a Unidade de Saúde do Faial continue a debater-se com a falta de médicos de família para cobrir a população residente na ilha.

“Há cerca de três mil utentes sem médico de família e mais uma vez se constata, em mais uma ilha, e em mais uma unidade de saúde, que os concursos anunciados pelo Governo ficam desertos”, frisou o dirigente bloquista, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Unidade de Saúde do Faial.

António Lima lembrou que a cobertura de médicos de família na ilha “está longe dos 100%” e recordou que o último concurso público para a contratação de dois profissionais de saúde no Faial, que tinha sido lançado pelo executivo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), ficou deserto, o que significa que o sistema de incentivos à fixação de médicos “não resulta”.

“O que se verifica é que o sistema de incentivos, criado por este Governo, não resulta, porque se efetivamente resultasse, os médicos teriam mais interesse em concorrer para estas vagas e a população da ilha do Faial já estaria com uma melhor cobertura de médicos de família”, insistiu o parlamentar bloquista, que promete apresentar propostas para melhorar o diploma.

O líder parlamentar do BE/Açores lamentou também o “esquecimento” a que está votada a ilha do Faial, por parte do atual executivo, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, não apenas na área da saúde, mas também noutros setores e atividades.

“A direita, quando estava na oposição, dizia que o PS e o Governo se tinham esquecido do Faial. Mas a verdade é que a direita chegou ao Governo e já se esqueceu ainda mais do Faial”, apontou António Lima.

Segundo explicou, há várias infraestruturas a degradarem-se e a necessitarem de urgente manutenção, como é o caso do auditório da Escola Secundária Manuel de Arriaga, que se encontra encerrado por razões de segurança, embora o edifício escolar tenha sido construído, de raiz, há pouco mais de uma década.

“Nós vemos infraestruturas a degradarem-se, vemos investimentos públicos nos orçamentos apenas para constar, que depois não são executados ou têm verbas irrisórias”, lembrou o dirigente bloquista.

O deputado notou que a ilha do Faial tem previsto um corte no investimento público em 2023, de cerca de 20 milhões de euros, em comparação com este ano.

“É preciso recuar até 2013, ao tempo da ‘troika’ no país para encontrar um nível de investimento público tão baixo na ilha”, afirmou.

O Bloco de Esquerda, com dois deputados, é um dos oito partidos com assento parlamentar nos Açores, fazendo parte da oposição, ao lado do PS e do PAN, que juntos têm apenas menos um deputado que os três partidos do Governo (PSD, CDS-PP e PPM) e os que lhe dão apoio parlamentar (CH, IL e deputado independente).

LUSA/HN

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