“Na ausência de informações completas da China, é compreensível que os países estejam a adotar medidas que acreditam proteger o seu povo”, salientou o responsável da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, através da rede social Twitter.
Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que já tinha alertado que, para fazer uma avaliação de risco abrangente da situação de Covid-19 na China, são necessárias “informações mais detalhadas”.
“Continuamos preocupados com a evolução da situação e continuamos a incentivar a China a rastrear o vírus Covid-19 e a vacinar as pessoas de maior risco. Continuamos a oferecer o nosso apoio para o atendimento clínico e proteção do seu sistema de saúde”, realçou ainda.
Por outro lado, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) considerou injustificada a despistagem obrigatória da Covid-19 na União Europeia (UE) para os viajantes oriundos da China, onde as infeções aumentaram significativamente, sustentando que os países europeus “têm níveis de imunização e vacinação relativamente elevados” e que as variantes do coronavírus SARS-CoV-2 “em circulação na China já circulam na UE”.
Já a União Europeia absteve-se de seguir, para já, a decisão da Itália de exigir testes à Covid-19 aos viajantes provenientes da China que chegam aos seus aeroportos, mas prometeu manter-se vigilante e pronta a agir em conjunto.
A Itália tornou obrigatória a testagem à Covid-19 para quem chega da China aos seus aeroportos. Mais de 50% das pessoas rastreadas à chegada ao aeroporto de Malpensa, em Milão, estavam infetadas.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aumentou a pressão sobre a União Europeia para aderir à abordagem do seu Governo, ao defender que a testagem de todos os passageiros da China “só é eficaz se [tal] for feito a nível europeu”, notando que muitos chegam em voos de ligação através de outros países europeus.
Após restrições rigorosas de viagem no auge da pandemia, a União Europeia regressou este outono a um sistema pré-pandemia de viagens livres, mas os países-membros concordaram que um “travão de emergência” pode, se necessário, ser ativado num curto período de tempo para enfrentar um desafio inesperado.
Portugal não prevê o reforço das medidas de controlo e mitigação da pandemia.
Em resposta na quarta-feira à Lusa, o Ministério da Saúde assegurou, no entanto, que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica na China “em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais”.
Os Estados Unidos anunciaram nesse dia novos requisitos de testes à Covid-19 para todos os viajantes da China, juntando-se a alguns países asiáticos que impuseram restrições devido a um aumento de infeções.
O Japão exigirá um teste à Covid-19 negativo aos viajantes da China, a Malásia anunciou novas medidas de rastreio e vigilância. Índia, Coreia do Sul e Taiwan estão também a exigir testes para visitantes da China.
A Covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.
LUSA/HN
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