O surto eclodiu no distrito de Mubende, no centro do país, e deriva da estirpe Sudão do Ébola, um acontecimento inédito na última década e que ‘à priori’ complicou as tarefas de contenção, uma vez que não puderam ser utilizadas, neste caso, as vacinas que funcionaram em outras emergências.
O último paciente detetado com a doença teve alta em 30 de novembro, portanto, neste dia 11 de janeiro completam-se os 42 dias que os especialistas definiram como prazo para dar o surto por terminado. Mas as autoridades de saúde vão ainda manter as medidas de vigilância, para poderem responder rapidamente a qualquer novo caso suspeito que possa vir a surgir.
A ministra da Saúde de Uganda, Jane Ruth Aceng Ocero, elogiou a “rápida” contenção da crise, graças a “medidas-chave” como “vigilância, rastreio de contactos e prevenção e controle de infeções”. No entanto, para o ministro, o papel mais marcante é o das comunidades locais, que “entenderam a importância de fazer o que era necessário”.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também aplaudiu a mobilização de autoridades e comunidades no Uganda para alcançar “a vitória de hoje contra o Ébola”. O “Uganda mostrou que o Ébola pode ser derrotado quando todo o sistema funciona em conjunto”, acrescentou o responsável da OMS num comunicado.
Nesse sentido, o responsável da organização para África, Matshidiso Moeti, alertou que este surto pareceu à primeira vista “um dos mais complicados” dos últimos cinco anos, devido à falta de vacinas específicas e tratamento terapêutico, mas acabou por dar ao continente um motivo de “grande esperança” no início de 2023.
De facto, a rápida mobilização internacional permitiu identificar três potenciais vacinas, das quais mais de 5.000 doses chegaram ao Uganda. Embora não tenham sido usadas neste surto, a agilidade da mobilização demonstrou a importância da colaboração entre diferentes atores, segundo a OMS.
Descoberto em 1976 na RDCongo – então chamado Zaire – o Ébola é uma doença grave, muitas vezes fatal, que afeta seres humanos e primatas e é transmitida através do contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados.
Provoca hemorragia grave e os seus primeiros sintomas são febre alta súbita, fraqueza e dores musculares graves, na cabeça e garganta, e vómitos.
LUSA/HN
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