O sindicato salienta, num comunicado hoje divulgado, que “o regresso às reuniões de trabalho é algo que os responsáveis máximos do Ministério da Saúde aceitaram e asseguraram que aconteceria, na sequência das negociações que conduziram ao recente Decreto-Lei 80-B/2022, de contagem de pontos”.
“Numa altura em que a vontade de ir para a greve dos enfermeiros supera até a dos sindicatos, apenas estamos a pedir ao ministro Manuel Pizarro aquilo que se comprometeram fazer: a reabertura das negociações”, afirma o presidente Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), Carlos Ramalho, citado no comunicado.
O sindicato adianta que um dos aspetos que pretende ver resolvido nas negociações “é precisamente o conjunto de injustiças, desigualdades e discriminações desencadeadas pela aplicação” deste decreto-lei.
“A isto junta-se a necessária reformulação do atual sistema de avaliação, que não respeita as especificidades da enfermagem, gerando por isso inúmeros problemas, insatisfação e revolta”, realça.
O Sindepor sublinha que a prática da enfermagem se caracteriza pelo “risco, penosidade e desgaste rápido” e, nesse sentido, exige a atribuição de um subsídio de risco aos enfermeiros e condições específicas de acesso a reforma sem penalizações.
O sindicato quer também a contratação de mais profissionais, que permitam cumprir as dotações seguras, e concedendo aos portugueses que recorrem ao SNS qualidade e segurança nos cuidados de enfermagem.
“Com o SNS a acumular problemas, apesar da entrada do ministro Manuel Pizarro há mais de quatro meses, acompanhada da nomeação de um diretor-executivo para este serviço e respetiva equipa, urge rever a estrutura da carreira dos enfermeiros e os respetivos patamares de remuneração, valorizando ainda o investimento dos profissionais na sua formação, que beneficia mais o sistema público de saúde do que os próprios”, defende no comunicado.
Carlos Ramalho defende que, “a bem da paz social, é necessário resolver os problemas dos enfermeiros, que nunca deixaram de querer ser protagonistas nas soluções do SNS e não no agravamento dos problemas que tanto têm afetado esta profissão”.
LUSA/HN
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