OMS diz que cólera é agora mais preocupante que a Covid-19 em África

26 de Janeiro 2023

A diretora regional para África da Organização Mundial da Saúde (OMS), Matshidiso Moeti, disse que a principal preocupação já não é a Covid-19, mas sim o surto de cólera, que afeta 10 países africanos.

“A ameaça da pandemia de Covid-19 está a diminuir, agora estamos mais preocupados com a cólera, que já se espalhou a 10 países em África, e coloca uma extrema pressão nas limitadas vacinas que existem a nível mundial”, disse Moeti, durante uma conferência de imprensa virtual a partir de Brazzaville.

No total, nas primeiras três semanas de janeiro, foram registados no continente 20.552 novos casos de Covid-19, o que representa uma queda de 97% face ao valor registado nas primeiras três semanas do ano passado, apesar de haver uma subida dos números na África do Sul, Tunísia e Zâmbia, salientou Moeti, admitindo que apesar de os números poderem ser maiores devido às baixas taxas de teste, o importante é que o número de hospitalizações e o número de mortes diminuiu para 88, o que compara com as 9.096 registadas no mesmo período de 2022.

“Pela primeira vez desde que a Covid-19 abalou as nossas vidas, janeiro não é sinónimo de um surto, e África está a embarcar no quarto ano da pandemia com a esperança de ultrapassar o modo de resposta de emergência, passando a conviver com o vírus neste novo normal”, afirmou.

Na conferência de imprensa, a OMS defendeu ainda a necessidade de incluir a vacina contra a Covid-19 no plano de vacinação normal dos países africanos.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida – sendo causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

A epidemia de cólera em curso desde março de 2022 no Maláui já matou mais de mil pessoas, de acordo com o Governo, e já causou a morte a 16 pessoas em Moçambique.

“Nós temos um cumulativo de 1.376 casos de cólera e 16 óbitos, que correspondem a uma taxa de letalidade de 1,2%”, disse Domingos Guiole, do departamento de vigilância em saúde pública no Misau, citado a 16 de janeiro pela televisão privada STV, o que levou o próprio Presidente da República, Filipe Nyusi, a defender que sejam “redobrados os cuidados de higiene”.

LUSA/HN

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