Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a UC explicou que o método em causa “pode contribuir para agilizar a intervenção clínica e terapêutica” da Neuropatia Ótica Hereditária de Leber (LHON), uma doença que está associada “ao défice de produção de energia nas células ganglionares da retina, que são essenciais para a visão”.
A patologia em causa afeta sobretudo adultos jovens do sexo masculino (numa proporção de quatro a cinco para um do sexo feminino), acrescentou.
De acordo com a coordenadora do estudo científico, Manuela Grazina, responsável do Laboratório de Biomedicina Mitocondrial e Teranóstica (LBioMiT) do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC/UC), o diagnóstico célere da LHON “pode criar a oportunidade de iniciar o tratamento com maior precisão e rapidez, de modo a permitir que o doente tenha maior benefício e oportunidade de recuperar a visão, se for o caso”.
A também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) frisou que “a rapidez é fundamental para o diagnóstico diferencial da doença e para prosseguir a investigação diagnóstica com maior precisão”.
Denominada “GenEye24”, a nova metodologia permite a identificação das três variantes patogénicas mais frequentes (Top3), que representam 95% do total de alterações genéticas identificadas na Neuropatia Ótica Hereditária de Leber, “num período de 24 horas, com grande sensibilidade e especificidade”, observou a especialista.
“Com as tecnologias usadas habitualmente, o diagnóstico genético pode chegar a demorar mais de um mês”, contextualizou a coordenadora da investigação.
Assim, com esta investigação, a equipa científica da UC propõe “uma nova abordagem metodológica económica, simples, robusta e rápida”, recorrendo a um teste em tempo real, “para identificação com alta especificidade de alterações no genoma mitocondrial”, extraindo o material genético a partir do sangue do doente.
Segundo a UC, depois de terem sido revelados os “impactos positivos” que a nova metodologia “pode ter no diagnóstico precoce” da LHON, os cientistas da Universidade de Coimbra esperam que a “GenEye24” “possa vir a ser usada em grande escala no rastreio de doentes, pela rapidez de obter uma resposta de precisão, com grande utilidade clínica”.
Manuela Grazina adiantou que a “GenEye24” está disponível no Laboratório de Biomedicina Mitocondrial e Teranóstica, “tendo sido já rastreados alguns doentes, de entre os quais dois eram portadores de uma das mutações Top3”.
LUSA/HN
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