“As carreiras médicas foram a base do desenvolvimento do SNS, tendo a sua desestruturação contribuído para a progressiva deterioração do funcionamento das unidades de saúde”, disse o médico, no discurso de tomada de posse como presidente da SRCOM, sucedendo a Carlos Cortes, que concorre a bastonário da Ordem.
O ex-diretor do Hospital Distrital da Figueira da Foz prometeu pugnar, “em conjunto com outras organizações, pela normalização das carreiras médicas, indispensáveis ao funcionamento de equipas devidamente estruturadas e organizadas e um forte estímulo ao envolvimento dos profissionais no sistema e nas instituições de saúde”.
Nas seis áreas de atuação que considerou fulcrais, Manuel Teixeira Veríssimo deu especial ênfase à defesa da qualidade da formação, mantendo o elevado nível de exigência para os médicos responderem “adequadamente às dificuldades postas por uma Medicina cada vez mais exigente do ponto de vista científico e social”.
O novo presidente da SRCOM pretende lutar pela afirmação da liderança médica, que tem “vindo a ter cada vez menos importância na liderança de equipas, de instituições e da saúde em geral, sendo progressivamente substituídos por outros profissionais”.
“A SRCOM desenvolverá os esforços necessários para que os médicos sejam estimulados a valorizar-se nesta área e assim possam retomar os papeis de liderança que, por natureza da função, a saúde necessita”, afirmou.
Manuel Teixeira Veríssimo pretende ainda potenciar o trabalho dos gabinetes e comissões de trabalho e criar o gabinete do Envelhecimento, tendo em conta o envelhecimento demográfico e a sua forte relação com a saúde.
“O nosso lema ‘Ser médico hoje, pensar o amanhã’ pretende dizer que temos que encontrar soluções para os problemas atuais, sem, contudo, deixar de pensar o futuro, pois a vertiginosa evolução da ciência, da técnica e da sociedade exigem uma classe atenta, competente, atualizada e inovadora”, frisou.
Manuel Teixeira Veríssimo, médico assistente graduado sénior de Medicina Interna e professor associado com agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi eleito no dia 19 de janeiro, presidente da SRCOM, em lista única.
O novo dirigente sucede no cargo ao médico assistente graduado sénior de Patologia Clínica, Carlos Cortes, que liderou a instituição na região Centro nos últimos nove anos e que neste sufrágio se apresentou como candidato a bastonário, vencendo a primeira volta das eleições.
LUSA/HN
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