Os oito chefes e sete subchefes das equipas do Serviço de Urgência de Medicina do HFF, conhecido como Hospital Amadora-Sintra, que apresentaram a demissão em 29 de novembro por considerarem estar em causa a qualidade assistencial e a segurança dos utentes enviaram uma nova carta ao conselho de administração do hospital e ao diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, a reforçar a decisão e a apelar à “tomada de medidas urgentes e indispensáveis à resolução dos problemas estruturais de funcionamento do Serviço de Urgência Geral”.
Para Miguel Guimarães, é preciso olhar para este hospital de “uma forma diferente”, sendo provavelmente “necessárias algumas intervenções de fundo”.
O bastonário aludiu ao relatório realizado pela instituição que acolheu na íntegra as conclusões da perícia médica solicitada à Ordem dos Médicos (OM) que afasta a suspeita generalizada que pendia sobre o Serviço de Cirurgia Geral desde 13 de janeiro, altura em que ocorreu a divulgação pública das denúncias de alegados casos de más-práticas cirúrgicas.
“Nós tivemos aqueles casos que ainda não estão completamente concluídos, embora o relatório das primeiras denúncias esteja feito, que de alguma forma conforma alguma instabilidade num serviço que é um serviço nuclear para o Hospital Amadora-Sintra”, salientou.
Por outro lado, há a questão das demissões de vários diretores e sub-directores do Serviço de Urgência, disse, sublinhando que “algumas promessas” por parte da direção do hospital acabaram por não ser concluídas.
“Tivemos ontem [quinta-feira] conhecimento disso num ofício que recebemos dos senhores diretores de urgência e, portanto, é preciso parar isto”, defendeu.
Para Miguel Guimarães, é preciso perceber o que é que se pode de facto fazer: “É preciso haver um diálogo e a Ordem dos Médicos está disponível para mediar este diálogo entre os médicos e a própria administração hospitalar, ou até, se quisermos ir mais longe, o próprio Ministério da Saúde, se a administração hospitalar não consegue resolver a situação”
Ressalvando que todos os hospitais do país são importantes, o bastonário observou que o Hospital Fernando Fonseca tem “uma característica muito peculiar”.
“É o hospital que tem a maior população de referência direta (…) e se calhar bem maior do que aquela que está registada. E por isso nós temos de ter um hospital a funcionar de forma correta, a funcionar em pleno, a funcionar num sítio em que as pessoas de facto sintam que são respeitadas”, disse, aludindo aos médicos.
Miguel Guimarães frisou que os médicos têm de sentir que “são respeitados” e que têm as condições para poderem exercer a sua profissão.
Sublinhou ainda que o hospital Amadora-Sintra tem problemas estruturais de bases importantes, como por exemplo, a questão do espaço, porque “é um hospital pequeno para a dimensão da população que serve”.
No seu entender, é preciso encontrar também alternativas em termos de internamento, de apoio, para que possa existir “mais segurança clínica e mais qualidade” na prática que é feita.
LUSA/HN
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