19.º Congresso Português de Diabetes. Troca de experiências entre especialidades tem sido bandeira da SPD

1 de Março 2023

O 19.º Congresso Português de Diabetes foi esta semana apresentado num webinar moderado por João Filipe Raposo. Os oradores apelaram à participação no evento e, sobretudo, na Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

O congresso, que começou quinta-feira e termina amanhã, dirige-se a todos os profissionais que lidam com pessoas e família com diabetes, começou por explicar Hélder Ferreira, presidente da comissão organizadora do congresso.

No webinar “A Diabetes em Portugal”, realizado no passado dia 14 de março, o vice-presidente da SPD destacou a conferência sobre diabetes em contexto de emergência humanitária, frisando que, em Portugal, “devemos estar preparados” e, infelizmente, “há grandes disparidades”; a corrida/caminhada contra a diabetes, aberta ao público em geral, um momento de convívio e para “consolidar hábitos saudáveis que todos nós devemos ter e que na prevenção de doenças crónicas, como a diabetes, é fundamental”; e a eleição dos corpos sociais da direção para o próximo triénio. Questionado sobre os cuidados de saúde primários, Hélder Ferreira sublinhou a importância de “acordar o que a pandemia adormeceu” e a força de unir profissionais de várias áreas no Grupo de Estudos dos Cuidados Primários da SPD, tendo este uma “visão geral”. Por último, realçou “o papel importantíssimo que, na Sociedade, têm os grupos de estudo”. “São a base científica da sociedade”, acrescentou.

Rita Nortadas, secretária-geral da SPD e médica diabetologista, mencionou também a Assembleia Geral, destacando a apresentação do relatório de atividades. “A Sociedade, ao longo do último ano, esteve envolvida em várias atividades, estabeleceu várias ligações com outras sociedades, desempenhando um papel de consultoria em muitos órgãos diretivos do país e a nível internacional.”

A médica disse também que a SPD “continua muito empenhada no incentivo à investigação” e que, no congresso, serão novamente atribuídos prémios e bolsas. Foram submetidas mais de 50 candidaturas a bolsas e prémios e 150 trabalhos para comunicações orais e pósteres.

Edite Nascimento, assistente graduada sénior de Medicina Interna e coordenadora do Grupo de Estudos de Educação da SPD, escolheu salientar o caráter multidisciplinar de um congresso “recheado de variedade”. A Medicina Interna “sempre teve uma participação importante” e este ano fala da diabetes em 2040. Em relação à educação na doença crónica e na diabetes, “se calhar, ainda não levamos isto tão a sério como deveríamos”. No congresso, em Vilamoura, será discutido como é que se consegue chegar aos doentes através da literacia em saúde e será apresentado um manual de comunicação eficaz em diabetes.

De acordo com a nutricionista clínica Lia Vieira de Jesus, “a escolha alimentar das pessoas baseia-se muito naquilo que as cidades oferecem”. “Quem será responsável? Será que é só a pessoa e o profissional de saúde?”, questionou. No simpósio do Grupo de Estudos de Nutrição e Alimentação da SPD, coordenado por Lia Jesus, vai-se precisamente explicar que a prevenção da diabetes não é da exclusiva responsabilidade daqueles dois sujeitos. “Na verdade, passa por todos nós”, completou João Raposo, presidente da SPD.

A autarquia, por exemplo, tem um papel importante; por isso, o simpósio vai abordar o papel do nutricionista no poder local. O nutricionista em diferentes instituições “vai abrindo os olhos” para a discrepância entre o litoral e o interior, referiu a especialista.

“Esta Sociedade, realmente, tem um papel muito importante na investigação”, confirmou Lia Vieira de Jesus. O seu grupo de estudos está ligado a uma bolsa atribuída anualmente e apresenta no seu simpósio o trabalho que venceu no ano passado.

Temos que aprender “de que forma podemos, entre todos, fornecer os melhores cuidados de saúde à pessoa com diabetes”, continuou. E considera que este tipo de relação e troca de experiências entre especialidades muito diferentes tem sido uma bandeira desta Sociedade.

“Há que pensar no que está além do nosso dia a dia (…) e perceber até que ponto é que nós, enquanto pessoas inseridas num coletivo, conseguimos fazer a diferença naquilo que é a estratégia de um país, (…) a perspetiva para uma doença ou para muitas pessoas que vivem com esta doença. E portanto, isto exige, de facto, uma reflexão conjunta e (…) a participação ativa de representantes de vários grupos profissionais. Exige, também, uma representação de vários locais do país”, disse Rita Nortadas.

O presidente fez o mesmo apelo: “Participem ativamente em fazer, em melhorar, e todos juntos conseguiremos certamente fazer muito diferente”.

HN/RA

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