“A história da OMS começou há 75 anos e ainda está a ser escrita. Os desafios que enfrentamos hoje são diferentes dos de 1948, mas nossa visão é a mesma: alcançar os mais altos padrões possíveis de saúde para todos”, salientou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa que serviu também para assinalar a data.
O responsável da organização lembrou, que nesses três quartos de século, a esperança de vida global aumentou de 46 para 73 anos, a varíola foi erradicada – uma das doenças que mais matou na história -, enquanto “a poliomielite está prestes a seguir esse mesmo caminho”.
O consumo de tabaco e as mortes de mulheres no parto foram reduzidos em um terço, a mortalidade infantil para metade e, “nos últimos cinco anos, foram desenvolvidas novas vacinas contra a malária e o ébola”, sublinhou Tedros Ghebreyesus, recordando ainda o recente papel da OMS como coordenadora da luta contra a covid-19.
“A OMS não pode assumir todo crédito por essas conquistas, mas temos desempenhado um papel fundamental em todas elas”, salientou o diretor-geral da organização, ao alertar que, apesar dos progressos na saúde global, ainda há um longo caminho a percorrer nesta matéria.
Nesse sentido, salientou que mais de metade da população mundial não tem acesso a determinados serviços básicos de saúde e que o número de pessoas com dificuldades em pagar cuidados médicos aumentou um terço, para cerca de 2.000 milhões.
“As taxas de diabetes e obesidade aumentaram drasticamente, devido a dietas pouco saudáveis e à inatividade física”, enquanto os progressos na luta contra a malária e a tuberculose abrandaram e o problema da resistência antimicrobiana (vírus e bactérias que deixam de responder a antibióticos) está a aumentar, alertou ainda Tedros Ghebreyesus.
Sobre os desafios mais imediatos, o coordenador de alerta e resposta de emergência da OMS, Abdi Mahamud, chamou a atenção para os crescentes surtos de cólera no planeta, particularmente na África.
“É um problema sério, com maior expansão devido a fatores como as alterações climáticas e os conflitos” em determinadas regiões, sublinhou Mahamud, apontando os exemplos de recentes surtos da doença no Malawi e em Moçambique, entre outros países.
Em relação ao vírus de Marburg, com taxas de mortalidade elevadas, Abdi Mahamud lembrou que, no atual surto na Guiné Equatorial, foram confirmados 14 casos até agora, com 23 suspeitos, enquanto mais de 500 contactos estão monitorizados para evitar uma possível expansão do agente patogénico.
LUSA/HN
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