“O biomarcador digital e-DASTHMA poderá ser um importante auxílio não só no acompanhamento de pacientes com asma não controlada, como também na tomada de decisão partilhada e, futuramente, na geração de alertas diários para pacientes ou médicos”, afirma hoje, em que se assinala o Dia Mundial da Asma, a FMUP.
A investigação, publicada na revista The Lancet Digital Health e também liderada pelo Centro Hospitalar Universitário Charité (Alemanha), recorreu a dados do “mundo real” através de uma aplicação móvel gratuita de doenças respiratórias, intitulada MASK-air.
“Os investigadores analisaram o equivalente a 135 mil dias de mais de 1.500 pacientes com rinite alérgica e asma”, esclarece a faculdade.
O trabalho, que reuniu investigadores oriundos de mais de 10 nacionalidades, comprovou que o novo método eletrónico pode também ajudar na estratificação dos pacientes para a seleção de medicamentos biológicos, aplicação em ensaios clínicos ou estudos observacionais.
Citado no comunicado, o primeiro autor do estudo, Bernardo Sousa Pinto, esclarece que este tipo de ferramentas “possibilita uma prestação de cuidados de saúde mais personalizada, permitindo identificar os casos que requerem cuidados médicos de maior proximidade, bem como orientar o tratamento atendendo ao seu perfil de controle e adesão”.
Atualmente, são utilizados questionários que permitem avaliar a evolução dos sintomas por períodos de uma ou mais semanas no controlo da asma.
“Se a esses questionários acrescentarmos este tipo de dados de informações diárias, estamos a contribuir para melhorar o controlo da asma neste grupo de doentes”, afirma Bernardo Sousa Pinto.
O professor da FMUP e investigador do CINTESIS acrescenta ainda que a ferramenta desenvolvida é “inovadora” porque, ao contrário de outro tipo de questionários, “tem em conta, simultaneamente, os sintomas e o uso de medicação”
No artigo, os investigadores referem que o novo método de medição é ainda “capaz de evitar os vieses de memória associados a avaliações de longo prazo”, o que permitirá uma “melhor identificação” da ocorrência de exacerbações da asma.
Este novo método, baseado em biomarcadores digitais, é também comparado pelos investigadores à abordagem adotada na prática clínica para a monitorização da diabetes, na qual a hemoglobina glicada é usada para o controlo a longo prazo e a glicemia para a avaliação diária.
LUSA/HN
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