“Inovação e Oncologia, Qual o futuro?” é o projeto vencedor do ASAP Challenge

2 de Maio 2023

Já são conhecidos os vencedores do Hackathon “ASAP Challenge - Accelerate Science and Access for Patients in Oncology”, promovido pela MSD Portugal, que juntou, pela primeira vez, estudantes universitários de diferentes áreas de conhecimento, para discutir os desafios do acesso à inovação.

“Inovação e Oncologia, Qual o futuro?” é o nome do projeto vencedor, que junta estudantes de Medicina, Farmácia, Direito, Engenharia e Economia & Gestão, de instituições de ensino superior de Coimbra, Lisboa, Minho e Porto. O projeto desenvolvido na maratona criativa tem como propósito agilizar o processo de decisão de financiamento de tecnologias de saúde, na área da Oncologia, um processo que, atualmente, demora em média 753 dias.

Reconhecido como a solução mais inovadora por parte do júri da iniciativa, o projeto destacou-se pela combinação de diferentes abordagens que pretendem acelerar e tornar o acesso à inovação mais equitativo.

Numa primeira fase, é proposta a centralização da avaliação técnica na Agência Europeia do Medicamento (EMA) para medicamentos oncológicos inovadores, destinados ao cancro com elevada incidência e elevada taxa de mortalidade.

É sugerida a criação de um novo Programa de Acesso Antecipado à Inovação (PAAI), pré decisão de financiamento para um acesso mais célere dos doentes, financiado pela indústria farmacêutica, e de um Fundo de Inovação terapêutica (FIT), que acompanha a introdução dessas novas terapias oncológicas em contexto hospitalar, com verbas estatais, europeias e donativos, gerido pelo consórcio Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT) – INFARMED, assegurando a equidade de acesso após pedido efetuado pelas Comissões de Farmácia e Terapêutica.

A integração destas estratégias garante um acesso mais célere, garantindo maior eficácia no tratamento da doença, mais anos com qualidade de vida para os doentes, diminuindo a incapacidade por doença através do tratamento mais precoce, com os respetivos ganhos socioeconómicos.

A equipa propõe recorrer a sistemas de informação com monitorização de indicadores clínicos e de qualidade de vida dos doentes, obtidos durante o PAAI. Estes poderiam suportar Bundle Payments na fase de negociação.

Portanto, o projeto vencedor, desenvolvido por estudantes da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e da NOVA School of LAW, propõe combinar estratégias que pretendem aumentar o acesso às novas terapias oncológicas de forma equitativa nos hospitais, sem necessidade de decisão prévia por parte do INFARMED, aumentando o número de anos com qualidade de vida para o doente e diminuindo a incapacidade por doença pela possibilidade de tratamento nas fases iniciais, que resultam em ganhos socioeconómicos.

Os projetos submetidos no âmbito do “ASAP Challenge” foram avaliados por: Daniela Seixas, CEO da TonicApp, Francisco Ramos, professor associado convidado do Departamento de Ciências Sociais em Saúde da ENSP-NOVA, Leonor Ribeiro, médica oncologista e membro da direção da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Paula Martins de Jesus, diretora médica da MSD Portugal, Ricardo Baptista Leite, deputado à Assembleia da República, Sara Cerdas, deputada ao Parlamento Europeu, e Vítor Veloso, médico oncologista e secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

O júri atribuiu o segundo lugar ao projeto “Contagem Regressiva”, que defende a disponibilização das terapias inovadoras em centros de referência, após a aprovação da EMA, bem como a criação de uma plataforma nacional de monitorização dos resultados e complicações dos doentes decorrentes da terapêutica instituída, para negociação final dos valores da terapêutica com a indústria farmacêutica.

PR/HN/RA

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