A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) na data em que se assinala o Dia Internacional do Enfermeiro.
Entre as várias reivindicações, os enfermeiros pedem a reposição da paridade salarial entre a carreira de enfermagem e a carreira técnica superior da Administração Pública, bem como a aposentação mais cedo.
Vestindo camisolas amarelas com as inscrições “Este dia é nosso”, os profissionais de saúde gritavam palavras de ordem como “Governo escuta, os enfermeiros estão em luta” ou “Enfermeiros valorizar para o SNS [Serviço Nacional de Saúde] avançar”.
Em declarações à agência Lusa no local, o presidente do SEP explicou que “é necessário investir nos recursos humanos da saúde”.
“Hoje continuamos a exigir a resolução prioritária de alguns problemas emergentes. Desde logo as injustiças relativas de que muitos enfermeiros são alvo, decorrentes da não contagem dos pontos, o pagamento de retroativos desde 2018, (…) a aposentação mais cedo e a contração de mais enfermeiros”, realçou José Carlos Martins.
O dirigente sindical salientou que houve uma diminuição no número de enfermeiros em 25 instituições e criticou a não transição de enfermeiras grávidas para categoria de especialista.
“É um conjunto de soluções que estamos a exigir para problemas emergentes e prioritários sem prejuízo de, numa fase seguinte, exigirmos a valorização e o reconhecimento da carreira de enfermagem”, sublinhou.
José Carlos Martins referiu que o SEP pediu uma reunião com o Ministério da Saúde, indicando, no entanto, que os enfermeiros não se sentem ignorados pelo Governo.
“Queremos a reunião que está pedida no mais curto espaço de tempo, sob o prejuízo de, e a não ser marcada e não haver soluções para os problemas, nós termos de agudizar as formas de luta”, avisou.
O sindicalista também perspetivou, não excetuando a possibilidade de outras formas de luta, a manifestação agendada para 20 de maio que vai juntar utentes e profissionais de saúde em Lisboa, Porto e Coimbra contra a degradação SNS, exigindo mais investimento e condições de trabalho dignas.
“Estaremos presentes e em força na manifestação no dia 20 de maio, mas do ponto de vista da solução e das exigências para os problemas específicos teremos lutas autónomas que passarão por todas as possibilidades, desde concentrações, greves e manifestações. Teremos de avaliar nos órgãos”, afirmou.
À Lusa, José Carlos Martins apontou que “há ausência de uma estratégia (…) de reforço” do SNS, dizendo que há apenas “medidas pontuais e avulsas” do Ministério da Saúde.
Mais tarde, em conferência de imprensa, o dirigente sindical esclareceu que “todos os piquetes de greve” se deslocaram para a concentração de Lisboa, referindo que há “uma adesão geral por todo país e muito grande”, sem adiantar números.
“Traduz bem a insatisfação e o descontentamento dos enfermeiros, com a ausência de soluções do Ministério da Saúde. E é, por isso, no desenvolvimento das lutas que temos vindo a realizar, que comemoramos hoje este Dia Internacional do Enfermeiro: Lutando”, destacou, em jeito de balanço.
LUSA/HN
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