Centro hospitalar transmontano perdeu 43 médicos desde agosto

15 de Maio 2023

A Ordem dos Médicos de Vila Real disse hoje que o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) perdeu “43 médicos” desde agosto, reiterando preocupações na demora da nomeação da administração numa carta aberta dirigida aos deputados.

A Sub-Região de Vila Real da Ordem dos Médicos remeteu uma carta aberta aos deputados do PS e PSD na Assembleia da República, eleitos pelos círculos eleitorais de Vila Real e Viseu, mostrando-se “muito preocupada” com a “ausência de nomeação” do conselho de administração do CHTMAD e com a inexistência de direção clínica há nove meses.

A administração do CHTMAD, que tem sede social em Vila Real, terminou o mandato já em dezembro de 2021 e, no início deste ano, a presidente do órgão, Rita Castanheira, pediu a renúncia do cargo que ocupava desde julho de 2019.

“A ausência de soluções tem comprometido a gestão corrente de um dos maiores centros hospitalares do país e compromete a execução de projetos e a consequente fixação de trabalhadores”, salientou a estrutura liderada por Fernando Salvador.

Neste período, segundo o Conselho Sub-Regional de Vila Real da Ordem dos Médicos, assistiu-se “à saída de inúmeros profissionais de saúde”.

“Desde agosto de 2022 saíram da instituição 43 médicos, 27 com rescisão de contrato”, concretizou.

Acrescentando que “esta quebra de profissionais condicionou o funcionamento de alguns serviços e levou mesmo a alguns encerramentos comprometendo a atividade assistencial às populações servidas pelo CHTMAD”.

Na carta aberta, divulgada hoje aos órgãos e comunicação social, a Ordem dos Médicos pergunta aos parlamentares por medidas que possam ser adotadas.

“Dado o vosso papel na defesa da região, pela qual foram eleitos, questionamos-vos sobre que medidas podem ser adotadas para mitigar esta situação. Gostaríamos que estas nossas preocupações fossem as vossas e que, juntos, possamos contribuir para uma melhor saúde e para a melhor qualidade de vida dos transmontanos e durienses” salientou a estrutura.

Esta carta surge depois de a Ordem ter questionado o Ministério da Saúde e a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e ter alertado para a falta de direção clínica e de nomeação do administração já em novembro de 2022 e, mais recentemente, numa conferência de imprensa realizada a 28 de abril.

Nesse dia, questionado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde disse que o “processo de nomeação dos órgãos de gestão do CHTMAD está em curso e segue os trâmites previstos na legislação aplicável”.

“A constituição dos órgãos será comunicada logo que a nomeação ocorra”, informou ainda.

A carta aberta é dirigida aos deputados de Vila Real e Viseu, áreas de abrangência do CHTMAD.

O centro hospitalar agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego e a unidade de cuidados paliativos em Vila Pouca de Aguiar.

LUSA/HN

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