Hong Kong investiga pedidos de saída do registo de doadores de órgãos

24 de Maio 2023

O líder do Governo de Hong Kong disse que a polícia vai investigar milhares de pessoas que pediram para sair do sistema de doação de órgãos, algo que condenou como uma tentativa de prejudicar o programa.

O sistema de registo de doação de órgãos da região chinesa recebeu quase 5.800 pedidos de saída desde dezembro, quando o governo regional levantou a possibilidade de estabelecer um programa de assistência mútua para transplante de órgãos com a China.

As autoridades defenderam que a ligação à China podia ser ativada assim que o pessoal médico não conseguisse encontrar um paciente em Hong Kong adequado para receber um órgão doado.

O chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, descreveu, numa conferência de imprensa, na terça-feira, os pedidos como suspeitos: “Condeno severamente aqueles que tentam causar danos a este nobre sistema que salva vidas. (…) Este é um ato vergonhoso”.

Antes, um porta-voz do Governo indicou, em comunicado, não descartar a possibilidade de os pedidos serem uma tentativa, por parte de “um pequeno número de indivíduos”, de minar a reputação do sistema e “aumentar a carga de trabalho administrativo”.

Mais da metade dos pedidos de saída foram considerados inválidos, por serem pedidos duplicados ou provenientes de pessoas que nunca haviam optado por participar no registo de doação de órgãos.

O comunicado explicou que cibernautas tinham recentemente defendido a ideia de que potenciais doadores de órgãos deviam escrutinar a identidades dos recetores de transplantes, tendo ainda apelado para a saída em massa do sistema, ao mesmo tempo que expressaram dúvidas sobre a ligação ao sistema chinês de transplante de órgãos.

Em 2015, a China proibiu a recolha de órgãos de presos executados, durante décadas a principal fonte de órgãos no país. A única origem dos órgãos para transplante passou a ser a doação voluntária, que começou a ser praticada em 2010.

A doação de órgãos tanto na China continental como em Hong Kong e Macau é limitada pela crença generalizada na reencarnação, o que motiva grande parte da população a optar por manter o corpo intacto.

Numa população de cerca de sete milhões de pessoas, mais de 357 mil estão registadas no sistema de doação de órgãos de Hong Kong.

NR/HN/Lusa

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