“Esta obra vai permitir a requalificação de espaços que já existiam e, sobretudo, vai aumentar a nossa capacidade em 30 camas”, revelou o diretor clínico do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Sesaram), em declarações à agência Lusa.
A obra, autorizada na reunião do Conselho do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) de quinta-feira tem início previsto para este ano e representa um investimento total de 2,3 milhões de euros.
Júlio Nóbrega referiu que, estudos feitos a nível europeu, revelaram que Portugal “era o país da Europa com menos camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes”, considerando “manifestamente inferior às necessidades quando comparado com os outros países europeus”.
“A Alemanha tinha 29 camas por 100 mil habitantes e a média europeia era 11,5 camas por 100 mil habitantes”, exemplificou.
O diretor clínico apontou que a Madeira, tendo cerca de 250 mil habitantes, aos quais acrescem os turistas (cerca de 35 mil), precisava de “aumentar de forma significativa o número de camas para dar resposta aos doentes críticos”.
O diretor clínico do Sesaram explicou também que “a evolução ao nível dos hospitais será de reduzir o número de capacidade de internamento em termos globais devido ao desenvolvimento da medicina de ambulatório […], ou seja, tudo o que sejam patologias que podem ser tratadas em ambiente de ambulatório”.
“Essa filosofia acarreta uma diminuição do número de camas globais hospitalares, mas, dentro das que temos, temos de aumentar muito as de cuidados intensivos”, sublinhou.
“Porquê? Porque com o aumento da esperança de vida da população, isso acarreta consequentemente o aumento das doenças crónicas, como hipertensão e diabetes”, referiu Júlio Nóbrega, reforçando que, “de acordo com filosofia atual, as camas de cuidados intensivos não são destinadas apenas aos doentes que têm falência de órgãos, mas também aos que estão nessa iminência”.
NR/HN/Lusa
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