Órgão máximo da FNAM vai analisar as “muitas dúvidas” da proposta do Governo

1 de Julho 2023

O órgão máximo da Federação Nacional dos Médicos reúne-se este sábado para decidir eventuais novas greves em agosto, na sequência das “muitas dúvidas” sobre a proposta do Governo de valorização salarial, anunciou a presidente da estrutura sindical.

“Entregaram-nos apenas uma proposta de um acordo de princípios, pela primeira vez por escrito”, que inclui uma valorização salarial, mas que levanta “muitas dúvidas em relação às condições de trabalho” dos médicos do Serviço Nacional de Saúde, adiantou Joana Bordalo e Sá à agência Lusa.

A dirigente sindical falava após mais uma reunião com o Ministério da Saúde, no âmbito do processo negocial que se iniciou ainda em 2022 e que previa um prazo para as negociações que terminava sexta-feira, mas foi decidido realizar novas rondas negociais em julho.

Em relação ao acordo de princípios proposto pelo Governo, Joana Bordalo e Sá adiantou que tem de ser analisado “com muita calma” no Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que se realiza este sábado, no Porto.

A presidente da federação considerou ainda ser “absolutamente lamentável” que, depois de “14 meses” de negociações, só exista “uma proposta de um acordo”, quando se deveria “estar a fechar” os pontos em concreto da valorização da carreira dos médicos.

A FNAM já anunciou uma greve para 05 e 06 de julho e avançou com a possibilidade de novas paralisações em agosto, protestos que serão decididos na reunião do Conselho Nacional.

Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas as matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do SNS no protocolo negocial.

Ao longo deste processo, estiveram em cima da mesa estão as normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais.

LUSA/HN

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