Criação de unidades de saúde familiar B é apontada como solução para fixar médicos no SNS

14 de Julho 2023

O ministro da Saúde defendeu, em Leiria, a criação de unidades de saúde familiares modelo B (USF-B) como forma de fixar médicos nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Manuel Pizarro, que falava à margem da inauguração da Unidade de Saúde Parceiros e Azoia, no concelho de Leiria, considerou que a criação de USF-B, que nascem da vontade e organização de um grupo de profissionais de saúde, será a melhor solução para utentes e profissionais.

“Não tenho nenhuma dúvida sobre isso”, referiu, ao salientar que no diálogo que tem tido com os médicos, é essa a medida que estes mais referem.

Segundo o governante, existe uma “rotação grande de profissionais, que depois de colocados em unidades como esta [Parceiros], procuram as tais USF modelo B, onde o esforço que lhes é exigido é um pouco superior, mas a remuneração também é superior”.

“Não temos nenhuma dúvida de que esta generalização vai ajudar a dar melhor resposta aos portugueses e também a fixar profissionais no SNS”, sublinhou o ministro da Saúde.

Manuel Pizarro garantiu ainda que as USF-B não vão encurtar os tempos de consulta.

“É rigorosamente ao contrário. O que acontece nessas USF é que há um conjunto de indicadores de desempenho que são indicadores de qualidade assistencial. Essas equipas responsabilizam-se pela população de uma determinada comunidade e mede-se a capacidade de tratar e controlar os doentes com diabetes mellitus, tratar e controlar os doentes com hipertensão arterial, acompanhar as senhoras que estejam grávidas, acompanhar a saúde infantil com um número estabelecido mínimo de consultas durante o primeiro e segundos anos de vida”, explicou.

Também o primeiro-ministro, António Costa, durante o seu discurso, salientou que com “a generalização do modelo de USF B” será possível “atrair e fixar os profissionais de saúde indispensáveis” para que o SNS funcione.

É este modelo nos cuidados de saúde primários que “pode fixar os profissionais de excelência que o país forma, de que o país dispõe, para poder garantir a todos melhor saúde”.

António Costa referiu ainda que o modelo B será o único que vai existir. “O senhor diretor do ACeS [Agrupamento de Centros de Saúde] dizia-nos que têm tido uma grande concorrência: ‘No ano passado colocaram-nos aqui uma médica e depois houve uma USF modelo B que oferecia melhor remuneração e lá perdemos a médica’”, relatou.

LUSA/HN

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