Esta semana foi conhecida a decisão provisória da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) de recusar a criação do curso de Medicina em Vila Real.

Segundo a edição de quarta-feira do Jornal de Notícias (JN), a A3ES recusou as candidaturas da UTAD e da Universidade de Aveiro para mestrados integrados em Medicina, decisões que são preliminares, pelo que as instituições têm 10 dias a contar da notificação para tentar revertê-las.

A distrital do PSD de Vila Real classificou como “lamentável” o chumbo do curso na UTAD e condenou o Governo por esta decisão.

“Questionamos a carência de coordenação política, pois não nos é possível compreender e consentir que uma entidade tutelada pelo Estado (a A3ES) não vá ao encontro de uma decisão do próprio Governo”, afirmou o partido, em comunicado.

Este é um chumbo que, segundo o PSD, causou “surpresa e indignação”, pois “não há muito tempo o primeiro-ministro, António Costa, deu garantias de que o mesmo iria ser aprovado na referida instituição”.

O PSD lembrou ainda que, em maio de 2021, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou, na cerimónia de tomada de posse do reitor da academia transmontana, Emídio Gomes, que “faz todo o sentido” um curso de medicina na UTAD.

“Fica esta medida esquecida entre promessas e fica o povo transmontano, mais uma vez, a ‘ver a carruagem passar’? Servem estes discursos bonitos para iludir o povo de um território cada vez mais desprezado pelo poder central que diz sim a uma terça e que diz não no dia seguinte?”, questionou o partido.

Para o PSD, a “formação de médicos é encarada, a nível local, como um fator de atração de alunos para esta academia, inserida num território afetado e condenado pelo despovoamento” e poderá ser “mais um contributo para fixar médicos na região”.

“O curso de Medicina é uma ambição da UTAD, da cidade de Vila Real e do distrito”, salientou, lembrando que, com vista à concretização desse objetivo, foi criado em 2022 um centro académico clínico, em parceria com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e os agrupamentos de centros de saúde da região.

Em reação à decisão anunciada esta semana, a academia transmontana disse à agência Lusa que, “perante a proposta de decisão provisória do relatório preliminar da A3ES, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) irá naturalmente apresentar o seu contraditório nos próximos dias”.

LUSA/HN