Os resultados do estudo, a que a agência Lusa teve a acesso, mostram que aos 17 anos, a prevalência de fumadores diários era maior entre os indivíduos com menor nível de escolaridade.
O estudo, que envolveu os 1.038 participantes acompanhados nas idades de 13 anos (2003/2004), 17, 21 e 24 anos, analisou a prevalência e incidência do tabagismo, nas suas várias formas, em diferentes idades e de acordo com níveis de educação aos 24 anos.
Segundo o estudo, a prevalência diária de tabagismo ligada a desigualdades educacionais surge aos 17 anos e persiste até idades mais elevadas.
“Essas desigualdades foram formadas cumulativamente, pelo maior risco de experimentar tabaco entre os 13 e 17 anos e pelo aumento do risco de passar a fumar diariamente entre os 17 e 21 anos”, refere a investigação que usou dados do estudo Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto (EPITeen), que acompanha, desde 2003 e ao longo de vários anos, adolescentes nascidos em 1990.
O estudo refere também que a incidência de cessação do tabagismo foi maior entre os mais escolarizados e que as desigualdades formaram-se ao longo de trajetórias semelhantes para mulheres e homens.
Na iminência da alteração à lei do tabaco em Portugal, os investigadores referem que estes resultados vêm evidenciar que “é necessária uma abordagem mais abrangente para chegar ao objetivo de uma ‘geração sem tabaco até 2040’, que englobe não só aspetos legais e sanções, mas que também atue a jusante sobre os determinantes sociais da população” e destacam a importância de ser considerado o impacto das iniciativas de prevenção do tabagismo nas diferentes camadas educacionais, não apenas durante a adolescência, mas também no final da adolescência e no início da vida adulta.
Os investidores publicaram um artigo na revista BMC Public Health, sobre “O aparecimento das desigualdades socioeconómicas no uso de tabaco durante a adolescência e nos jovens adultos”-
O objetivo deste estudo foi complementar o corpo de literatura existente, utilizando um estudo longitudinal que permite uma avaliação precisa de como as desigualdades educacionais no tabagismo evoluem desde o início da adolescência até a idade adulta jovem.
LUSA/HN
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