EUA alegam que munições com urânio empobrecido não causam cancro

8 de Setembro 2023

Os Estados Unidos afirmaram quinta-feira que, apesar das críticas russas, não existem provas de que as munições de urânio empobrecido, que vão ser entregues à Ucrânia, causem cancro.

A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, disse em conferência de imprensa que os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) estão de acordo sobre esta questão.

“O CDC concluiu que não há provas de que as munições de urânio empobrecido causem cancro. A OMS afirma que não há aumento da leucemia ou de outros cancros após a exposição ao urânio empobrecido. E mesmo a AIEA sublinhou inequivocamente que não existe qualquer ligação”, afirmou.

Os EUA anunciaram hoje um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, no valor de 175 milhões de dólares, que inclui, pela primeira vez, munições com urânio empobrecido, de calibre 120 milímetros, destinadas aos tanques Abrams.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o fornecimento destes projéteis pelos EUA, que os russos também usam, é “uma péssima notícia”, devido às consequências para a população do território onde as munições serão utilizadas.

Estas munições, segundo a diplomacia russa, provocam “uma nuvem radioativa em movimento e pequenas partículas de urânio que se depositam nas vias respiratórias, nos pulmões e no esófago, acumulam-se nos rins e no fígado, provocam cancro e inibem as funções de todo o organismo”.

Os projéteis de urânio empobrecido são mais capazes de perfurar armaduras e a sua utilização tem sido, desde há muito, uma questão controversa devido aos seus potenciais impactos na saúde e no ambiente.

“O objetivo é perfurar tanques e ser utilizado de forma muito eficaz no campo de batalha. São munições de série, que serão utilizadas pelos tanques Abrams e muitos exércitos em todo o mundo utilizam urânio empobrecido. (…) Pensamos que são as mais eficazes para lidar com os tanques russos e ajudarão os ucranianos a defender o seu território”, concluiu a porta-voz do Pentágono.

LUSA/HN

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