Luís Marques Mendes: Sem acordo, Governo e médicos “correm o risco de todos perderem”

29 de Setembro 2023

"É preciso abrir os cordões à bolsa. Isso é essencial" para resolver um problema que é político, não técnico. Sem acordo, médicos e Governo "correm o risco de todos perderem", sublinhou Luís Marques Mendes, esta sexta-feira, no Global Health Forum.

O Global Health Forum, que ocupa hoje e amanhã o Centro de Congressos do Estoril, “tem a tribo da saúde alargada”, disse o Chairman, Adalberto Campos Fernandes.

Na sessão de abertura, o que o ministro da Saúde referiu “é tudo verdade”, mas Pizarro escondeu que “os resultados são piores do que eram antes”, e se há mais investimento e menos resultados, “alguma coisa está a falhar”, afirmou Luís Marques Mendes, que subiu ao palco para uma conversa com Fernando Araújo e a jornalista Maria Elisa Domingues.

Luís Marques Mendes dirigiu um pedido urgente aos profissionais de saúde, nomeadamente aos médicos, e ao Governo: haver um pacto para a saúde negociado numa perspetiva de curto e médio prazo. Para Maques Mendes, é a única forma de resolver o elefante na sala, a decisão dos médicos de não ultrapassar as 150 horas extraordinárias anuais. Sem acordo, “correm o risco de todos perderem”.

“É preciso abrir os cordões à bolsa. Isso é essencial” para resolver um problema que é político, não técnico. Segundo Marques Mendes, não falta competência entre os profissionais de saúde, nem ao diretor executivo do SNS. Contudo, Fernando Araújo “corre o risco de ser a pessoa certa no tempo errado”.

Fernando Araújo garantiu que a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde tem estado a trabalhar “de forma intensa”. Porém, continua sem estatutos – uma “perfeita anormalidade” na perspetiva de Marques Mendes, que frisou que “o assunto está no Ministério da Saúde”.

O diretor executivo reconheceu que é preciso agir prontamente. Ou temos reformas rápidas ou corremos o risco de perder o SNS tal como o conhecemos, alertou o médico.

Hoje, o ministro da Saúde mencionou alguns problemas: tempos de espera “inaceitáveis” em alguns lugares, insatisfação dos profissionais de saúde e número de portugueses sem médico de família. Há, portanto, uma necessidade de alterar profundamente o sistema, mas, por outro lado, “somos vítimas do nosso sucesso”: longevidade é acompanhada do aumento das necessidades em saúde; evolução tecnológica obriga a mais recursos. De acordo com o ministro, é preciso apostar na promoção da saúde.

HN/RA

 

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