Secretária da Saúde dos Açores garante que laboratórios de análises clínicas cumprem critérios legais

7 de Outubro 2023

A secretária regional da Saúde e Desporto dos Açores garantiu hoje que os laboratórios de análises clínicas das unidades de saúde de ilha cumprem os critérios exigidos por lei.

“A atividade realizada nas unidades de saúde de ilha, nomeadamente no âmbito da área de análise clínicas, assegura e cumpre os necessários critérios de qualidade e segurança exigíveis por lei, assegurando as normas aplicáveis aos serviços públicos”, afirmou Mónica Seidi, numa resposta por escrito enviada hoje à Lusa.

Na terça-feira, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos alertou para a existência de laboratórios de análises clínicas nos Açores a funcionar sem especialistas em patologia clínica ou análises clínicas.

“Os laboratórios de análises clínicas [das unidades de saúde de ilha] de quase todas as ilhas, à exceção do Pico, funcionam sem um especialista em patologia clínica ou em análises clínicas nos seus quadros. São técnicos de diagnóstico e terapêutica que estão à frente dos laboratórios na maioria das ilhas e isso é uma situação ilegal, completamente contrária ao manual das boas práticas laboratoriais”, disse a dirigente sindical Daniela Garcia, numa audição na Comissão de Política Geral da Assembleia Legislativa dos Açores.

Questionada pela Lusa, a secretária regional da Saúde assegurou que “nunca, em qualquer momento, a segurança do utente [foi] colocada em causa”.

Segundo Mónica Seidi, a portaria que estabelece os requisitos mínimos para o licenciamento, instalação e funcionamento de laboratórios de análises clínicas determina que, para efeito da promoção e garantia de qualidade, “devem ser considerados os requisitos e exigências constantes do Manual de Boas Práticas Laboratoriais de Patologia/Análises Clínicas”.

“Este documento é um instrumento para a implementação de um sistema de qualidade em todos laboratórios seja do setor público, privado ou social. As regras e recomendações contidas neste manual não têm por objetivo impor qualquer tipo de método para executar os exames laboratoriais”, apontou.

A governante admitiu que é “possível atualizar os quadros, inclusive para o exercício profissional de análise clínicas”, mas lembrou que existem “constrangimentos conhecidos no recrutamento de profissionais”.

Segundo Mónica Seidi, os hospitais e unidades de saúde de ilha dos Açores têm atualmente 97 profissionais, com especialidade de patologia clínica ou análises clínicas, oito farmacêuticos, três médicos e 86 técnicos de diagnóstico e terapêutica.

Também o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e a Associação Portuguesa dos Técnicos de Análises Clínicas e Saúde Pública (APTAC) reagiram às declarações dos dirigentes do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, alegando que não correspondem à verdade.

Num comunicado de imprensa conjunto, os dirigentes do sindicato e da associação alegam que o manual de boas práticas se aplica “apenas ao setor privado” e sublinham que os técnicos de análises clínicas e saúde pública “exercem a sua profissão com respeito pela respetiva ‘leges artis’”.

“É inadmissível que um manual de boas práticas, ele próprio publicado de forma ilegal, esteja a ser utilizado para colocar em causa a segurança e a saúde dos doentes da região, por se afirmar incorretamente que nos laboratórios do Serviço Regional de Saúde não existem profissionais qualificados para o efeito”, referem o presidente do STSS, Luís Dupont, e a presidente da APTAC, Hélia Carona.

“Neste momento, se não fossem os técnicos de análises clínicas e saúde pública, as ilhas ficavam sem resposta laboratorial. Resposta essa que tem sido dada por estes profissionais devidamente habilitados e reconhecidos pelo estado português, por vezes integrados em equipas multidisciplinares, mas que também, muitas vezes, asseguram sozinhos a resposta laboratorial nos laboratórios do SNS e dos serviços regionais de saúde, sem nunca ter havido perigo para a saúde pública”, acrescentam.

LUSA/HN

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