Adelaide Brissos/Prémio de Boas Práticas em Saúde: “Queremos premiar a qualidade”

25 de Outubro 2023

"Desde sempre houve algo que se destacou: queremos premiar a qualidade", disse ao HealthNews Adelaide Brissos, coordenadora do Prémio de Boas Práticas em Saúde, atribuído esta terça-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

“No âmbito da qualidade há três dimensões que emergiram logo no início: a eficiência, a efetividade e a equidade. Isto esteve na génese do Prémio de Boas Práticas e mantém-se.” Inclusivamente, a primeira edição teve um prémio para cada uma delas, contou Adelaide Brissos.

Inicialmente os temas eram “baseados muito naquilo que tinha a ver com a estratégia de saúde, com o próprio orçamento”. “Mas a partir de uma certa altura, e faz todo o sentido, começámos a abrir asas. Não pensámos só no enquadramento das políticas nacionais, mas atendendo também às atribuições que a APDH tem, que representa o país na Federação Internacional dos Hospitais e na Federação Europeia, com as quais trabalha muito diretamente, passámos a ter em conta as prioridades no âmbito da política europeia e internacional”, recordou a coordenadora.

O Prémio de Boas Práticas tem um tema e diferentes subtemas. Todos os projetos selecionados têm que se enquadrar nos temas. “A qualidade é importante, mas falou-se aqui (dou só alguns exemplos) da sustentabilidade, a replicabilidade, o impacto na população alvo. São algumas das dimensões em que são apreciados os projetos. Mas há algo que é sempre importante: além de se enquadrar no tema do ano, qualquer projeto tem que ter impacto na prestação de cuidados de saúde”, acrescentou a coordenadora.

Este prémio é “filho da APDH”. A DGS é parceira desde a sua criação; mais tarde juntou-se a ACSS e, como “sempre houve um grande desejo por parte da APDH de que houvesse um grande desenvolvimento em todo o território e uma grande descentralização”, também as ARS, posteriormente, integraram o projeto.

Tendo percebido a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH) que “não fazia o mínimo sentido a Madeira e os Açores não estarem representados” – que “primeiro começaram a divulgar o Prémio de Boas Práticas (foi o seu primeiro contributo) para termos também candidaturas de lá” –, hoje o papel das Regiões Autónomas é “exatamente o mesmo” do Continente. Agora a organização é constituída por pessoas de todo o país, bem como a comissão científica, em que os membros são académicos, administradores, gestores e profissionais de saúde, “que nunca fazem a avaliação dos projetos da sua própria região. Não há aqui conflitos de interesse”, salientou Adelaide Brissos.

Depois da pré-seleção, a avaliação científica tem duas fases, uma documental e outra in loco, presencial, ou, pelo menos, online, atendendo à natureza do projeto. Ao encontro, que se realizou esta terça-feira, chegam os melhores.

Público, privado ou associações podem participar. Há apenas uma condição: tem de existir uma parceria com um serviço de saúde.

“Sem dúvida, o que nós queremos é que isso tenha impacto na população”, disse Adelaide Brissos.

No final da cerimónia de entrega do Prémio, André Peralta disse-nos que “a Direção-Geral da Saúde tem na sua missão a promoção da qualidade da saúde no sistema de saúde português e este prémio, em que a DGS tem muito gosto em fazer parte desde o seu lançamento, ajuda a DGS a cumprir a sua missão da melhoria de cuidados a todas as pessoas que vivem em Portugal”. “Queria cumprimentar a ADPH por mais esta iniciativa, a 16.ª, que tem o foco na sustentabilidade do sistema de saúde (…), e um agradecimento a todos aqueles que se candidataram ao Prémio de Boas Práticas e a todos aqueles que constroem um sistema mais robusto e que presta melhores cuidados aos portugueses”, afirmou.

HN/RA

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