“A gente fica muito feliz de ter um Congresso Mundial dos Hospitais após Portugal. Eu acho que isso foi escolhido a dedo. Na realidade, nós somos irmãos. Mesma língua, cultura muito parecida. Então, eu acho que nós vamos acrescentar um pouco mais da experiência do Brasil em relação à de Portugal, para que o mundo conheça todo o trabalho que tanto Portugal como o Brasil executam muito bem, que é a nossa saúde”, referiu o urologista Adelvânio Francisco Morato.
E prosseguiu: “Nós estamos falando de um país de dimensões continentais, no qual nós temos em torno de 8000 hospitais. A Federação Brasileira de Hospitais representa mais da metade deles, em torno de 4600. Então, escolheu o Rio de Janeiro, uma cidade linda, maravilhosa e que tem muito a nos oferecer, como Lisboa. Nós estaremos lá mostrando o trabalho para todo o mundo, muito parecido com o que se pratica em Portugal. A nossa grade científica já está sendo produzida, para que nós possamos levar cultura, ou aprendizado, gestão hospitalar e turismo – conhecer o Brasil melhor. Acredito que vai ser um grande evento, como está sendo em Lisboa. Nós estamos ansiosos. E eu já disse, eu quero os presidentes das três associações [portuguesas] lá.”
“Mas para a gente é um grande prazer em ser após Portugal. Eu acho que ficou fantástico”, frisou, tendo aproveitado para convidar “todos os portugueses” para o próximo Congresso Mundial dos Hospitais da Federação Internacional dos Hospitais: “O Rio está de braços abertos.”
A Federação Brasileira de Hospitais atua através de associações estaduais: “elas que compõem a Federação”. “Porque cada região tem as suas etiologias, patologias diferentes. O foco epidemiológico de cada estado, por ser tão grande, eles são diferentes, culturalmente, socialmente, economicamente.” A Federação “é um agregador – ela capta essas informações para atuar em todas as regiões”. “E, realmente, é muito complexo gerir tantos hospitais. Nós entendemos que a coisa mais complexa que tem hoje de gestão é o hospital (a gestão em termos de funcionamento estrutural). Nós mexemos com vida, então nós temos que olhar a qualidade, nós temos que olhar a sustentabilidade, nós temos que olhar o lado epidemiológico, o tratamento, e por aí vai”, explicou o médico.
Mas o Brasil tem um Sistema Único de Saúde, o SUS, que abrange todo o território. “Isso traz grandes aspetos positivos. Nós somos, por exemplo, reconhecidos internacionalmente em vacinação de massa, cirurgia de transplante de órgãos, cirurgias de alta complexidade, e por aí vai. Isso mostra a eficiência desse sistema dentro de um país tão gigantesco. Mas mesmo assim é muito complexo. Porquê? Pela parte social. (…) Nós estamos falando de 214 milhões. Essa é a grande dificuldade. Mas esse é o desafio, que é trazer a assistência, trazer mais resolutividade e, ponto principal, a segurança do paciente. Isso é que nós temos que trabalhar”, disse Adelvânio Francisco Morato.
HN/RA
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