“Nós temos cinco urgências no Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), divididas por três cidades (…), Tomar, Abrantes e Torres Novas, todas elas desempenhando um papel importante em termos sociais e em termos humanos, daí a nossa atenção especial à organização das urgências”, disse hoje à Lusa Manuel Soares, porta-voz da CUSMT, tendo indicado que “todas elas estão no fio da navalha”, em termos de recursos humanos para a prestação de serviços.
“A informação que temos é que há um plano que implica o encerramento aos fins de semana das urgências pediátricas e continuamos a lamentar esta situação, consequência de políticas erradas em termos de formação e de gestão de recursos humanos, mas, o que é verdade, é que não há profissionais para abrir estes serviços”, afirmou Manuel Soares, após uma reunião da CUSMT com o Conselho de Administração do CHMT para troca de “informações” e de “opiniões”.
A reunião de ontem, notou o responsável, decorreu “a exemplo do que tem sucedido com muita regularidade no esclarecimento da atividade hospitalar e suas condicionantes, assim como na troca de opiniões sobre a forma de ultrapassar alguns constrangimentos e implementar algumas medidas”, tendo indicado que a questão das urgências foi “o tema principal” abordado entre as duas entidades.
“Está a ser feita uma gestão quase que diária e algumas certezas que trazemos em relação ao futuro, a não ser algum caso excecional que venha a suceder, é que não se prevê qualquer contingência nas urgências básicas de Torres Novas e de Tomar, até final de novembro, e não se prevê que venha a haver mais qualquer contingência a nível da maternidade, em Abrantes”, indicou Soares.
Por outro lado, acrescentou, “e apesar dos responsáveis e da administração [hospitalar] continuarem a fazer esforços no sentido de poder abrir todos os dias a urgência pediátrica, a informação que temos (…) é que vai continuar a fechar aos fins de semana”.
Manuel Soares apelou ainda aos utentes da região para que recorram à linha Saúde 24, antes de se dirigirem para as urgências hospitalares.
“É importante que todos os utentes, perante uma situação de doença, tentem ligar para a linha de Saúde 24 porque aí serão orientados e serão encaminhados, inclusive serão referenciados para as unidades de saúde, quer para ter consultas, quer para situações de urgência”, indicou.
A urgência pediátrica do Hospital de Torres Novas, do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), passou em novembro a encerrar aos fins de semana, situação que se deverá manter até final do ano, indicou a administração hospitalar.
“Todos nós temos noção dos constrangimentos que isto traz para as famílias e para as pessoas, mas, humanamente, não temos outras condições”, disse à agência Lusa, na ocasião, o presidente do Conselho de Administração, Casimiro Ramos.
Segundo o responsável, o motivo para o encerramento semanal daquela urgência pediátrica é o insuficiente número de pediatras para ter escalas completas.
No início de outubro, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde tinha divulgado o mapa de urgências de pediatria para o inverno, com a de Torres Novas a funcionar com constrangimentos até janeiro de 2024, fechando quinzenalmente, entre sexta-feira e domingo.
Contudo, a medida foi revista e aquele serviço passou a encerrar todos os fins de semana, até final do ano, entre as 09:00 de sábado e as 09:00 de segunda-feira.
“Apesar dos esforços dos profissionais de saúde do Serviço de Pediatria do CHMT para garantir as escalas do serviço de urgência pediátrica, esta programação revela-se como absolutamente necessária”, indicou o CHMT, em comunicado, acrescentando que, “durante os períodos de fecho programado, os médicos pediatras que se encontram ao serviço do CHMT garantem apenas apoio à urgência interna e aos doentes já admitidos” na instituição.
A alternativa aos fins de semana para os utentes do CHMT passa a ser a urgência pediátrica do Hospital de Santarém.
“Caso não surjam situações imprevistas de doença ou falta de médico ao serviço, prevemos o funcionamento dentro da normalidade, 24 sobre 24 horas, das duas urgências básicas, em Tomar e Torres Novas, e da maternidade e da Unidade Médico Cirúrgica (UMC)”, ambas em Abrantes, “durante o mês de novembro”, afirmou, tendo enaltecido a “dedicação” e o “espírito de solidariedade dos profissionais” do CHMT na resposta às contingências sentidas no setor.
LUSA/HN
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