Bastonário diz que registo de saúde eletrónico vai permitir aproximação com o doente

15 de Novembro 2023

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu esta quarta-feira que a criação do registo de saúde eletrónico único vai permitir aproximação dos utentes. 

“A Digitalização da Saúde ao Serviço das Pessoas” foi o tema que marcou a Convenção Nacional da Saúde, promovida hoje na Ordem dos Médicos.

O evento juntou especialistas e representantes políticos para discutir a importância da transição digital no sistema de saúde.

O bastonário começou por sublinhar que a atual incerteza política a que o país assistem veio reforçar o papel da Convenção Nacional da Saúde. “Este espaço de debate sobre os vários temas da saúde é, neste momento, essencial devido às dificuldades que atravessamos na saúde e à incerteza política que existe”.

“Quando os políticos se demitem, a Saúde não se pode demitir. Todos os profissionais de saúde temos esta obrigação de contribuirmos para o desenvolvimento do país”, defendeu.

Sobre o tema central da convenção, “A Digitalização da Saúde ao Serviço das Pessoas”, Carlos Cortes garantiu que ao contrário daquilo que se pensa, “os médicos não têm medo das tecnologias”.

No entanto, alertou que, quando se pensa em digitalização, o doente deve ser considerado o centro das decisões.

“O doente não está centralizado no sistema de saúde. O doente é um peça móvel (…) Penso que o registo de saúde eletrónico único será absolutamente fundamental para nos conseguirmos aproximar do doente, evitando os atrasos nos diagnósticos e tratamentos”.

O bastonário lamentou a complexidade do funcionamento dos sistemas informáticos, “tornando, na maior parte das vezes, impraticável a resposta aos utentes”.

“Há uns anos contabilizamos o número de programas informáticos existentes no Cuidados de Saúde Primários e percebemos que eram mais de trinta… É impossível trabalharmos e tratarmos adequadamente os doentes assim”, alertou.

Aos olhos do responsável, a recolha digital dos dados dos utentes permite “fazer melhor medicina e melhor investigação, assim como os próprios dirigentes políticos conseguem definir, com mais equidade, aquelas que são as suas políticas de saúde”.

O bastonário garantiu que a ordem dos médicos está empenhada em trabalhar na digitalização da saúde.

HN/Vaishaly Camões

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