Dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram a Macau devem ser recrutados

9 de Dezembro 2023

Os Serviços de Saúde (SS) de Macau vão propor a contratação de dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram para integrar a rede hospitalar do território, disse à Lusa este departamento governamental

“Após a apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta a contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna”, escreveram os SS num email enviado à Lusa na sexta-feira à noite.

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, esteve no final de maio em Portugal para abordar a possibilidade do recrutamento de profissionais portugueses.

Em outubro, o diretor dos SS, Alvis Lo Iek Long, referiu que, de um total de 12 médicos portugueses que se candidataram para trabalhar na região administrativa chinesa, oito reuniam os requisitos para integrar a rede de saúde local.

Contudo, no mês seguinte, admitiu que dos oito pré-selecionados para trabalharam em Macau no novo Hospital das Ilhas, alguns já tinham desistido do processo, de acordo com a Rádio Macau da Teledifusão de Macau (TDM).

À margem do programa radiofónico “Fórum” da Ou Mun Tin Toi, canal da rádio da TDM em língua chinesa, o responsável notou que os especialistas invocaram razões pessoais.

À Lusa, os SS vêm agora dizer que, dessas oito candidaturas, quatro foram submetidas por “portadores de bilhete de identidade de residente (BIR) de Macau, pelo que necessitam de obter a acreditação antes de preencherem os requisitos legais para o ingresso na carreira”.

“Quanto aos restantes quatro, que são portadores de passaporte de Portugal, após a apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta a contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna, sendo que os outros dois ainda necessitam de informações complementares e análises”, concluiu.

No final de novembro, os Serviços de Saúde tinham dito à Lusa que, “de acordo com a situação dos recursos médicos” no território, as autoridades “continuam a recrutar os médicos especialistas com qualificações especiais, que estão em falta em Macau”.

O novo Hospital Peking Union de Macau vai entrar em funcionamento, “a título experimental”, no final deste ano, reiterou o Governo em outubro. Situado no Cotai, área onde está localizada grande parte dos casinos em Macau, a infraestrutura tem uma área bruta de construção de cerca de 430 mil metros quadrados e é o maior complexo de cuidados de saúde do território.

O coordenador do Gabinete Preparatório do Centro Médico de Macau do novo hospital anunciou, em setembro, a abertura de concurso para preencher 200 vagas para médicos, enfermeiros, funcionários técnicos e administrativos.

Em declarações à Ou Mun Tin Toi, Lei Wai Seng não excluiu a contratação de médicos do exterior, incluindo de Portugal.

Ainda recentemente, numa interpelação escrita ao Governo, o deputado Che Sai Wang citou dados da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), dizendo que, até 2022, havia 1.965 médicos em Macau, ou seja, “2,9 médicos por cada mil habitantes”.

“Estabelecendo a comparação com os países desenvolvidos, verifica-se que o número médio de médicos por cada mil habitantes é de 3,2 a 3,9, portanto existe ainda uma certa distância. Isto demonstra que o número de médicos em Macau não é suficiente para satisfazer as necessidades de assistência médica dos residentes”, salientou.

Em resposta, Alvis Lo notou que os planos das autoridades apontam para três médicos por cada mil habitantes em 2025. Quanto aos passos seguintes, o diretor dos SS garantiu que “será também intensificada a formação de pessoal”.

“Tendo em conta a procura de serviços de especialidade em Macau, os recursos humanos existentes e os necessários no futuro, será definido o número de vagas para a formação de médicos especialistas em Macau, e as diversas instituições de formação iniciarão, em breve, a formação de médicos especialistas, envolvendo mais de 60 vagas”, lê-se na resposta de Lo.

NR/Lusa

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