No âmbito da apresentação do estudo epidemiológico sobre a prevalência da Insuficiência Cardíaca na população portuguesa (PORTHO), o Coordenador do Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares, Filipe Marcedo e o Presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, Luís Filipe Pereira defenderam uma maior aposta na literacia em saúde.

Os resultados do estudo indicam que um em cada seis portugueses com mais de 50 anos vive com Insuficiência Cardíaca e que nove em cada em cada dez doentes não tem conhecimento da doença.

“Os dados mostraram que os doentes desconhecem por completo os sintomas que podem levar à Insuficiência Cardíaca. Portanto, isso significa que vamos ter de trabalhar mais e melhor na literacia em saúde. Se os nossos cidadãos tiverem mais conhecimento e cultura sobre o seu próprio estado da saúde iriam seguramente procurar os cuidados de saúde mais cedo”, defendeu Filipe Macedo.

Surpreendido com os resultados obtidos, o Coordenador do Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares afirma que a Direção-Geral da Saúde vai ter como prioridade a promoção da literacia em saúde, sobretudo junto dos cuidados de saúde primários.

Sob a mesma linha de pensamento, Luís Filipe Pereira alerta que em Portugal “temos uma média muito mais alta do que a média europeia… Isto significa que há um grande trabalho a fazer no sentido de melhorar o conhecimento dos portugueses sobre a doença”.

“Temos de apostar em campanhas de sensibilização para a importância da prevenção da doença e deve ser definida uma estratégia de combate à Insuficiência Cardíaca”, apontou o Presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca.

O estudo PORTHOS decorreu entre dezembro de 2021 e setembro de 2023.

HN/Vaishaly Camões