Israel: Mais de 900 profissionais de saúde exigem cessar-fogo em carta aberta

16 de Dezembro 2023

Mais de 900 profissionais de saúde já assinaram a carta aberta, dirigida às várias ordens profissionais, exigindo o cessar-fogo “imediato e definitivo” na Faixa de Gaza e a libertação da Palestina, foi hoje anunciado.

A carta aberta foi enviada aos sete bastonários das ordens profissionais da área da saúde.

Em comunicado enviado às redações, os signatários, que citam a cadeia de televisão Al Jazeera, referem que “Israel já atacou 364 serviços de saúde e mais de 300 profissionais de saúde foram assassinados”, sublinhado que, dos 36 hospitais em Gaza, apenas 11 “estão parcialmente funcionantes”.

“Enquanto profissionais de saúde relembramos que não nos reconhecemos no silêncio das instituições que nos representam e que nos recusamos a compactuar com o apoio a crimes de guerra que massacram e punem coletivamente toda a população palestiniana em Gaza, onde já mais de 18 mil pessoas foram mortas”, salienta a médica subscritora Ana Paula Cruz.

“Não ficaremos inertes perante a violência e o assassínio intencional de colegas de profissão e destruição de hospitais por parte do estado de Israel”, acrescenta.

Os profissionais de saúde signatários lembram que continuam a aguardar resposta das ordens profissionais que os representam, bem como a um pedido de reunião realizado em 26 de novembro, ao qual apenas a Ordem dos Psicólogos atendeu, tendo agendado um encontro na quinta-feira.

No sábado, alguns subscritores vão juntar-se ao cordão humano da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, em Lisboa.

A ação vai acontecer em frente ao Hospital de Santa Maria, com o cordão a estender-se pelas embaixadas dos Estados Unidos da América e de Israel, terminando na Maternidade Alfredo da Costa.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque de proporções sem precedentes perpetrado a 07 de outubro em território israelita pelo movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder naquele enclave palestiniano e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.

O ataque do Hamas fez 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 240 reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 70.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 18.800 mortos, na maioria civis, e mais de 50.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano pobre numa grave crise humanitária.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 281 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.

LUSA/HN

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