LPCC atribui 17 bolsas de investigação

2 de Fevereiro 2024

O núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai atribuir 17 bolsas de investigação, um investimento superior a 200 mil euros que visa o progresso da prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro, foi esta sexta-feira descrito.

“Sem investigação não há avanço e sem avanço, o doente oncológico não melhora”, resumiu o presidente do Núcleo Regional do Norte (NRN) da LPCC, Vítor Veloso.

Em declarações à agência Lusa, nas vésperas do Dia Mundial do Cancro que se assinala domingo, o responsável sublinhou que as 17 bolsas a atribuir na área da oncologia refletem um investimento de mais de 214 mil euros.

“A investigação tem permitido enormes progressos na prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro”, acrescentou o presidente.

A entrega destas bolsas está prevista para segunda-feira, numa cerimónia protocolar que serve para a assinalar o Dia Mundial do Cancro.

Na mesma ocasião, o NRN da LPCC vai entregar cabazes alimentares a doentes oncológicos, uma iniciativa que parte da constatação de que os doentes cada vez mais precisam de apoio económico.

“O país está em recessão económica, financeira e social, logo os pedidos de auxilio que a liga tem tido são cada vez maiores”, disse Vítor Veloso.

Além destes cabazes alimentares, informação remetida à Lusa realça que os doentes oncológicos que recorram à liga, recebem outros apoios, tais como, apoio nas despesas de habitação, pagamento de água e luz, transportes e medicamentos, alimentação, ajudas técnicas, óculos, próteses dentárias, entre outros.

“Atualmente só o gabinete de apoio ao doente da LPCC-NRN no IPO do Porto apoia mais de 550 doentes oncológicos, maioritariamente da área do Porto. Da região Norte serão muito mais”, referiu a mesma fonte.

O Dia Mundial do Cancro é uma iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro (UICC), a maior e mais antiga organização internacional que se dedica a combater o cancro e da qual a LPCC é ‘full member’ desde 1983.

Juntas, LPCC e UICC, têm a campanha “Cuidados mais justos” que termina este ano, após três anos de implementação no terreno de várias ações e iniciativas.

Esta campanha tem como objetivo chamar a atenção dos líderes mundiais para o cancro e criar a oportunidade para lutar por políticas públicas promotoras de equidade no acesso aos cuidados de saúde, no que se refere à prevenção, diagnóstico e tratamento para todos.

A este propósito, e lembrando dados de um relatório recente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), segundo o qual nos primeiros seis meses de 2023, mais de sete mil utentes aguardavam cirurgia programada na área de oncologia, 19% dos quais com espera superior aos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, Vítor Veloso fez outros apelos.

“No cancro, o tempo é um fator fundamental. Os tempos que estão consagrados não podem ser ultrapassados. Estes atrasos podem determinar que um doente que inicialmente pode ter uma cura, possa não ter cura nenhuma, uma sobrevivência com má qualidade de vida ou até uma morte anunciada”, referiu.

O presidente do núcleo Norte também lamentou os dados que dão conta de que os tempos de espera das consultas em oncologia chegam a ultrapassar os 60% e 70% superiores ao estabelecido na legislação, concluindo: “O panorama do doente oncológico a nível nacional continua a degradar-se continuamente”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights