A greve que começou a 20 de fevereiro está a causar grandes perturbações nos hospitais sul-coreanos, onde muitos tratamentos e operações tiveram de ser adiados.
O governo de Seul tenciona criar duas mil novas vagas nas escolas de medicina por ano.
Mais de 80% das vagas anunciadas hoje vão ser atribuídas a universidades situadas fora de Seul, “em conformidade com a vontade do governo” de aumentar o número de médicos nas zonas rurais, declarou o Ministro da Educação Lee Ju-ho em conferência de imprensa.
As escolas de medicina da cidade de Seul tinham solicitado a criação de 365 novos lugares mas o governo não autorizou novas vagas na capital do país.
De acordo com os peritos, o principal problema do sistema de saúde da Coreia do Sul reside no facto de existirem demasiados médicos a exercer em Seul e poucos nas zonas rurais.
O governo considera urgente aumentar o número de médicos num país onde, devido à baixa taxa de natalidade, quase metade da população terá mais de 65 anos em 2070, segundo as estatísticas oficiais.
Os médicos opõem-se a este projeto, pois consideram que a admissão de mais estudantes nas escolas de medicina vai provocar diminuição do nível dos futuros médicos e que, consequentemente, a qualidade dos cuidados de saúde vai ser afetada.
Em protesto, milhares de médicos que trabalham nos hospitais demitiram-se e abandonaram os postos de trabalho desde 20 de fevereiro, expondo-se a sanções, uma vez que as profissões essenciais não têm direito à greve.
Os defensores da reforma, por outro lado, acusam sobretudo os médicos de estarem preocupados com a diminuição dos rendimentos próprios e com a deterioração do estatuto social, caso a concorrência aumente.
Segundo uma sondagem recente, 75% dos sul-coreanos apoiam o projeto de aumento do número de vagas nas escolas de medicina.
Por outro lado, o anúncio do governo vai “queimar a última ponte para um compromisso” e terá “consequências catastróficas”, disse a Associação Médica Coreana após a apresentação do novo plano governamental.
LUSA/HN
0 Comments