Identificadas proteínas no Brasil que podem diagnosticar autismo na urina

3 de Abril 2024

Um grupo de investigadores do Instituto Butantan do Brasil identificou uma série de proteínas e aminoácidos que podem facilitar o diagnóstico do autismo em amostras de urina.

“Se antigamente não se falava tanto sobre autismo como hoje, não significa que ele não estava lá. O transtorno sempre existiu, mas com o avanço das tecnologias, ele tem sido detectado cada vez mais cedo. Esses estudos vêm para complementar as formas de diagnóstico e acompanhamento clínico”, explicou o investigador do Butantan Ivo Lebrun.

Os potenciais biomarcadores podem “auxiliar no desenvolvimento de métodos complementares de diagnóstico e acompanhamento da evolução do quadro” de pessoas com transtorno do espetro autista (TEA), indicou hoje o organismo científico.

Os resultados da investigação foram publicados na última edição da revista científica Biomarkers Journal, coincidindo com as comemorações do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo.

Os investigadores brasileiros descobriram diferenças nas concentrações de proteínas e de aminoácidos em amostras de urina de pessoas com autismo e de pessoas sem autismo, segundo o centro científico, que está ligado ao Governo do estado brasileiro de São Paulo.

A coordenadora do estudo, Nádia Isaac da Silva, comparou amostras de urina de 22 crianças entre três e 10 anos diagnosticadas com TEA com as de crianças sem o transtorno.

O estudo detetou alterações na quantidade de algumas proteínas e aminoácidos, como glicina, leucina, ácido aspártico e tirosina, nas amostras das crianças com o transtorno.

“Os níveis anormais de proteínas e aminoácidos podem estar relacionados a vários sinais observados em pessoas com TEA”, disse o Instituto Butantan em comunicado.

De acordo com a agência, dada a complexidade do diagnóstico e do tratamento do autismo, foram desenvolvidas várias abordagens sobre o distúrbio, incluindo a criação de bancos de dados de amostras de sangue e de sequências genéticas.

Estes estudos visam, entre outras coisas, identificar novos genes associados ao autismo e biomarcadores para caracterizar o autismo.

A descoberta de possíveis biomarcadores na urina, no entanto, pode facilitar o diagnóstico, já que as amostras podem ser coletadas em casa pelos pais ou cuidadores de pessoas com autismo, destacou o Instituto Butantan.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos para as empresas. Com mais de 25 anos de experiência em gestão de negócios, vendas e liderança de equipas no setor dos dispositivos médicos, reforça agora a equipa da ERA Group em Portugal, trazendo a sua abordagem estratégica, motivação e paixão pelo setor da saúde. 

Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte lança “Ritmo Anárquico”, programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular

A Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte vai lançar a campanha “Ritmo Anárquico”, um programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular na região norte do País. A iniciativa vai arrancar na sede da Fundação Portuguesa de Cardiologia, no Porto, no dia 4 de abril, com rastreios a decorrer entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00.

Fórum da Saúde Respiratória debate a estratégia para a DPOC em Portugal

Com o objetivo de colocar as doenças respiratórias como uma prioridade nas políticas públicas de saúde em Portugal, terá lugar no próximo dia 9 de abril, das 9h às 13h, no edifício Impresa, em Paço de Arcos, o Fórum Saúde Respiratória 2025: “Doenças Respiratórias em Portugal: A Urgência de Uma Resposta Integrada e Sustentável”.

Gilead, APAH, Exigo e Vision for Value lançam 4ª Edição do Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem anuncia o início da sua 4ª edição, reforçando o compromisso com a promoção da cultura de Value-Based Healthcare (VBHC) em Portugal. Esta edição conta com um novo parceiro, a Vision for Value, uma empresa dedicada à implementação de projetos de VBHC, que se junta à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), EXIGO, Gilead Sciences, e ao parceiro tecnológico MEO Empresas.​

Medicamento para o tratamento da obesidade e único recomendado para a redução do risco de acontecimentos cardiovasculares adversos graves já está disponível em Portugal

O Wegovy® (semaglutido 2,4 mg), medicamento para o tratamento da obesidade, poderá ser prescrito a partir do dia 1 de abril de 2025 em Portugal, dia em que a Novo Nordisk iniciará a sua comercialização e abastecimento aos armazenistas. O Wegovy® estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights