De acordo com o mais recente relatório sobre a progressão da doença, elaborado pelo Ministério da Saúde e com dados de 01 de outubro de 2023, início do atual surto, até 25 de abril de 2024, trata-se de uma taxa de letalidade que se mantém em 0,2%.
Em praticamente um mês (desde 31 de março, data do último balanço), Moçambique registou 925 casos de cólera, que provocaram um morto.
No relatório acrescenta-se que dos 15.637 casos cumulativos notificados em seis meses – até 25 de abril -, 5.269 foram reportados pela província de Nampula, com 12 mortos, seguindo-se 2.873 em Tete, com 10 mortos, e 2.431 em Cabo Delgado, com um morto.
Atualmente há surtos ativos da doença em vários distritos de Nampula, Cabo Delgado, Tete, Zambézia, Sofala, Manica e em Maputo e à data de 25 de abril estavam internados em unidades sanitárias do país 38 doentes com cólera.
Pelo menos 121 pessoas morreram devido a ondas de desinformação sobre o surto de cólera em Moçambique, de acordo com os dados oficiais tornados públicos desde outubro.
A maior parte das vítimas, 98 pessoas, perderam a vida numa só circunstância, quando, em 07 de abril, um barco que saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, com destino a Ilha de Moçambique, naufragou, matando 55 crianças, 34 mulheres e nove homens.
De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca, na qual seguiam 130 pessoas, não estava autorizada a transportar passageiros e as pessoas fugiam de um alegado um surto de cólera, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou o posto administrativo de Lunga para confortar as famílias, tendo reconhecido que o naufrágio resulta “da desinformação protagonizada por pessoas com interesses obscuros”.
“Não permitam boatos”, declarou Filipe Nyusi, durante a interação com as famílias das vítimas.
Registos apontam para a existência de mais 23 pessoas que desde outubro de 2023 perderam a vida em resultado de ondas de desinformação em temas ligados à cólera, avançou o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, no dia 17 de janeiro.
Os líderes comunitários e técnicos de saúde, na sua maioria, têm sido mortos e feridos por populares sob alegações de estarem a levar a doença às comunidades.
NR/HN/Lusa
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