“Hoje realizamos este debate de urgência, porque a ação do Governo [Regional] tem sido pautada pela opacidade e pela errância. O que, legitimamente, provoca em nós e em todos os açorianos, dúvidas sobre as decisões no presente e a incapacidade de preparar o futuro”, disse a deputada socialista Sandra Costa Dias na abertura do debate.
Segundo a parlamentar do PS, no seguimento dos relatórios sobre as causas do incêndio, tem-se assistido “a uma sucessão de declarações avulsas, tomadas de decisão aparentemente não fundamentadas e sucessivos adiamentos de soluções anunciadas”.
Na sua opinião, “está instalada a confusão num assunto tão sensível e, por isso, hoje são mais as dúvidas do que as certezas”.
Na abertura do segundo dia do plenário de julho, o último antes das férias de verão, da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que decorre na Horta, Faial, a deputada socialista prosseguiu afirmando que, “ao contrário do que seria expectável, o Governo Regional tem-se mantido fechado ao diálogo, não tem informado devidamente os grupos e representações parlamentares, nem tão pouco procurado concertar soluções”.
“Nós [PS] estamos, como já dissemos, disponíveis para ajudar”, vincou.
Sandra Costa Dias também referiu que o PS entende que a “falta de informação e de transparência é indesmentível” em relação a assuntos como a segurança na prestação de cuidados de saúde, a retoma das obras no edifício no HDES, a opção pelo hospital modular (no valor de 14 milhões de euros) e as causas do incêndio.
A deputada reafirmou na sua intervenção que desde a primeira hora, a principal preocupação do PS “foi garantir a prestação de cuidados de saúde em segurança, com dignidade e em tempo útil”.
“E, perante tudo aquilo que conhecemos hoje e que está vertido nos relatórios disponibilizados, temos sérias dúvidas que esteja a ser feito tudo o que está ao alcance do Governo Regional para garantir a melhor acessibilidade aos cuidados de saúde dos açorianos”, disse.
Para o PS, “é necessário esclarecer os açorianos e agir, rapidamente, na reconstrução do HDES, de forma a repor, pelo menos, a capacidade instalada à data do incêndio”.
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que deflagrou em 04 de maio e cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
LUSA/HN
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