“Neste momento, temos cerca de 13 mil aderentes no total da carteira, portanto já mais de metade da totalidade da população”, afirmou Jorge Vala, considerando que o plano de saúde “acabou por ser uma resposta a uma falta significativa de cuidados de saúde primários”.
Segundo Jorge Vala, o plano de saúde é “um complemento importante aos cuidados de saúde primários, nomeadamente ao nível da resposta de algumas especialidades que habitualmente o SNS [Serviço Nacional de Saúde] responde muito tardiamente, e que permite às pessoas, a um custo relativamente baixo, poderem ter acesso a estes serviços”.
Em 28 de julho de 2022, entrou em funcionamento a plataforma do plano de saúde de Porto de Mós (http://saude.portodemos.pt), concelho com cerca de 23.200 habitantes distribuídos por 10 freguesias.
Na plataforma, estão disponíveis os serviços de saúde assim como as respetivas tabelas de comparticipação, devendo os munícipes nela inscreverem-se para usufruírem dos benefícios.
O presidente da câmara referiu que grande parte das solicitações é para consultas na região de Leiria, mas há pedidos para distritos como Coimbra, Santarém ou Lisboa, entre outros, “o que é sinal de que o cartão de saúde para residentes no concelho de Porto de Mós serve também ou para consultas onde existem respostas mais rápidas ou para consultas em situações de emergência com as pessoas deslocadas por alguma razão”.
O autarca esclareceu que é nas freguesias onde funcionou até ao final do ano passado a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados e agora existe a Unidade de Saúde Familiar (USF) Aire e Candeeiros que “a procura é maior” pelo plano de saúde, notando que “é exatamente aí que, ao longo dos anos”, se têm “encontrado maiores deficiências” e “menor resposta dos profissionais de saúde por falta deles”.
Jorge Vala adiantou que este ano, até final de maio, “houve 503 idas [de médicos] ao domicílio”, salientando que se trata de “uma resposta muito eficiente aos problemas imediatos de saúde”.
“Este serviço está a tirar estas pessoas das urgências dos hospitais, porque esta é uma resposta que é dada a qualquer hora do dia, qualquer dia da semana e isto é muito importante”, realçou.
O presidente da Câmara exemplificou que o serviço de médico ao domicílio tem o custo de 15 euros, já uma consulta de especialidade nas clínicas que aderiram ao plano 35 euros.
“Um médico de clínica geral cobra 25 euros e o plano paga o restante”, prosseguiu.
Frisando que esta medida “não substitui o SNS”, Jorge Vala assinalou, contudo, que “dá uma resposta imediata àquilo que o SNS também deixa a descoberto, que é o elevado tempo que demora a dar resposta nas especialidades”.
Por outro lado, apontou a “prontidão” na deslocação de um médico a casa.
O plano de saúde custa à Câmara de Porto de Mós cerca de 120 mil euros anuais e “é para manter, porque é, de facto, uma aposta ganha, é uma resposta social muito importante”, declarou.
Jorge Vala acrescentou que a autarquia, que luta “muito para fixar pessoas no concelho”, tem de ter “propostas diferenciadoras” quando “uma das principais preocupações das comunidades é com a saúde”.
Reiterando que a iniciativa “não é para substituir médicos de família, é um complemento para as famílias”, o presidente da Câmara reconheceu que a falta destes clínicos – que no passado desencadeou protestos – não se agravou no concelho.
“O problema do SNS não melhorou significativamente, mas hoje temos duas unidades de saúde familiar que, pela sua autonomia de gestão, mas também pela diferenciação na resposta financeira que dá aos profissionais de saúde (…), sobretudo essa diferenciação de vencimentos, faz toda a diferença”, assegurou.
A USF Novos Horizontes tem sede no Juncal e polos em Pedreiras e Calvaria. A USF Aire e Candeeiros, na sede do concelho, tem polos em Mira de Aire e Serro Ventoso.
LUSA/HN
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