“Temos cinco meses de governação de Luís Montenegro e a pergunta que as portuguesas e os portugueses querem ver respondida, é se a saúde melhorou nestes últimos cinco meses. E hoje temos elementos suficientes para concluir que o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, que os cuidados de saúde em Portugal, pioraram”, acusou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
Fabian Figueiredo falava aos jornalistas no parlamento um dia depois da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ao hospital Santa Maria, em Lisboa, num contexto de constrangimentos nalgumas urgências do país, nomeadamente de obstetrícia e ginecologia.
Na opinião do líder parlamentar da bancada bloquista, “ninguém exige ao Governo que resolva em cinco meses problemas que se arrastam durante anos, mas o Governo tem que fazer o exame a si próprio”.
“Se queremos chegar ao próximo ano sem que estes problemas se repitam, precisamos de uma inversão de 180 graus nas políticas do Governo”, considerou.
O deputado acusou o executivo minoritário de “negligência e descuido” e deixou também duras críticas à ministra da Saúde, considerando que Ana Paula Martins tem “espalhado a confusão e o caos”.
“O senhor primeiro-ministro tem que intervir, tem que garantir que o SNS é bem gerido e que não temos uma incendiária no Ministério da Saúde, que é o que temos tido”, acusou.
O bloquista considerou necessário uma ministra e um Governo que queiram “investir e resolver seriamente” os problemas do SNS, o que significa “mais acordo e menos confusão, mais diálogo e menos conflito”.
Sobre o plano de emergência para a saúde apresentado pelo Governo no final de maio, com um total de 54 medidas das quais até agora duas estão concluídas, Fabian Figueiredo defendeu que falhou e “é uma catástrofe” e que “não foi por falta de aviso”, quer dos bloquistas, quer dos profissionais de saúde.
“O Governo diz que precisa de tempo. As portuguesas e os portugueses que precisam de uma resposta urgente não podem esperar. O Governo sabia em que estado estava o Serviço Nacional de Saúde. Andou, aliás, toda a campanha eleitoral a garantir que apresentaria um plano que num prazo de 60 dias resolveria o problema (…) Não resolveu”, argumentou.
O líder parlamentar do BE alertou para a necessidade urgente de aumentar salários dos profissionais de saúde para que estes não prefiram “ir para o privado ou emigrar”, e garantir a fixação no SNS de médicos especialistas.
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) exigiu hoje um ministro da Saúde “com competência para a função”, alertando para os riscos de a atual “política catastrófica” poder, em última análise, resultar em mortes de grávidas e bebés.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro defendeu que o Governo está a cumprir as metas do plano de emergência para a saúde mas admitiu que “seria irresponsável e irrealista dizer que as urgências estão a funcionar bem” e responsabilizou a governação socialista por ter deixado o SNS “absolutamente caótico”.
LUSA/HN
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