Em comunicado datado de quinta-feira, o CICR denunciou que os combates obrigaram muitos hospitais e centros de saúde a fechar e médicos e enfermeiros foram mortos ou feridos.
“Os repetidos ataques às instalações e ao pessoal de saúde têm consequências graves no contexto do agravamento da crise alimentar. Os centros de saúde são cruciais para prevenir, detetar e tratar a subnutrição. A sua capacidade de funcionamento é vital para os mais vulneráveis, incluindo as mães grávidas e lactantes e as crianças com menos de cinco anos”, salientou o CICR.
O conflito no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023 e já causou entre 30 mil e 150 mil mortes, segundo diferentes estimativas, ao mesmo tempo que forçou mais de 10 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas, transformando o país num dos locais com a mais grave crise humanitária do planeta.
“Não há palavras para descrever o que se passa nos centros de saúde, não tem palavras”, disse Amelie Chbat, que supervisiona os programas de saúde do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Sudão, citada no comunicado.
“Os feridos não têm medicamentos, alimentos e água, e os idosos, as mulheres e as crianças não têm tratamentos essenciais como diálise ou medicamentos para a diabetes. E a situação está a deteriorar-se”, acrescentou.
A organização humanitária denunciou ainda o aumento dos números de relatos de pilhagem e vandalização de instalações de saúde, ameaças e violência física contra o pessoal médico e os doentes e a recusa de serviços de saúde a civis está a aumentar.
“O CICV recorda às partes em conflito que tais ações terão consequências graves e duradouras para toda a população sudanesa e que a proteção dos cuidados de saúde é uma obrigação ao abrigo do direito internacional humanitário”, frisou.
O conflito opõe as forças armadas e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa).
LUSA/HN
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