Sindicato dos Enfermeiros contra imposição de horário extraordinário em Coimbra

12 de Agosto 2024

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou hoje a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra de querer impor horário extraordinário aos enfermeiros para abrir uma nova resposta à doença aguda na cidade de Coimbra.

Segundo a estrutura sindical, a partir de 07 de setembro, aquela unidade pretende abrir um Serviço de Atendimento Complementar (SAC) no Centro de Saúde Fernão Magalhães, para dar resposta à doença aguda na cidade de Coimbra,com funcionamento aos fins de semana, feriados e tolerância de ponto, das 10:00 às 18:00.

“Para o funcionamento deste novo serviço, a administração da ULS pretende impor, de forma unilateral, que o atendimento seja feito por todos os enfermeiros das Unidades Funcionais, Unidades de Saúde Familiar (USF) e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de todos os Centros de Saúde da cidade, em trabalho extraordinário”, acusou o sindicato, em comunicado.

O SEP considerou que “as equipas de enfermagem das unidades funcionais da cidade de Coimbra estão, tal como todas as outras a nível nacional, a trabalhar nos limites mínimos, tendo em conta o número de enfermeiros necessários para a prestação de cuidados de enfermagem com qualidade e em segurança”.

Disse também o SEP que “a elaboração de uma escala de trabalho extraordinário programado, para além de ilegal, enviesa o conceito de horas extraordinárias, que devem apenas ser efetuadas para ocorrer a necessidades imperiosas e excecionais do serviço”.

“A abertura deste serviço, inaceitavelmente, será efetuada não tendo em conta a opinião dos profissionais. Assim, impor mais horas de trabalho, sendo uma medida irresponsável, pode ser causador de situações de exaustão ou ‘burnout’, como se tem vindo a verificar na profissão”, lê-se na nota.

De acordo com o sindicato, a imposição unilateral deste tipo de serviço aos profissionais “é mais uma demonstração inequívoca da monstruosidade da dimensão desta ULS, a maior do país e do próprio modelo jurídico ULS, em que os cuidados de saúde primários não são considerados para a sua missão principal: a promoção da saúde e a prevenção da doença”.

Para a abertura de um serviço deste tipo, a estrutura sindical disse que a ULS Coimbra, Ministério da Saúde e Governo “deveriam atempada e planeadamente contratar enfermeiros, não ficando dependentes da sobrecarga do trabalho extraordinário dos que estão atualmente a exercer”.

A agência Lusa tentou obter ao início da tarde, por correio eletrónico, uma reação da ULS de Coimbra às acusações do SEP, mas até às 17:25 ainda não tinha recebido resposta.

LUSA/HN

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