Numa nota enviada à agência Lusa, a ULS de São José, onde se integra a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), adianta que Carlos Marques se “mantém em funções até à designação de um novo responsável da especialidade, altura em que continuará a exercer funções como especialista nos quadros da MAC”.
A ULS de São José adianta acrescenta que “esta demissão não está a ter impacto no normal funcionamento da maternidade, que continua a assegurar a resposta à população que a procura, como tem acontecido no presente”.
O conselho de administração da ULS São José refere apenas que “está em curso o processo de substituição” do responsável pela especialidade de Ginecologia e Obstetrícia.
Segundo a instituição, “o pedido de demissão de Carlos Marques” foi apresentado por carta, no dia 12 de agosto, tendo sido aceite na reunião do CA [Conselho de Administração] do dia 13 de agosto”.
“O CA agradece a dedicação, o empenho e o profissionalismo de todos os profissionais da MAC, que têm permitido manter a habitual prestação de cuidados com qualidade e segurança, e o trabalho em rede com outras unidades de saúde”, lê-se na nota.
A ULS sublinha que “esta articulação, aliada a um esforço acrescido dos profissionais, tem permitido à MAC manter sempre as portas abertas, respondendo às necessidades das mulheres da região de Lisboa e Vale do Tejo, mas também de outras regiões, sempre com o compromisso de uma vasta equipa”.
A notícia da demissão de Carlos Marques foi avançada pela Rádio Renascença, que revelou que o responsável escreveu uma carta à presidente da ULS de São José, Rosa Valente de Matos, alegando “elevada sobrecarga de trabalho, numa altura em que a maternidade bate recordes de partos”.
Questionada pelos jornalistas durante a inauguração de unidades de saúde no concelho de Tondela, a ministra da Saúde escusou-se a comentar a demissão, remetendo explicações para a presidente da ULS de São José.
Na semana passada, Rosa Valente de Matos em declarações à Lusa tinha alertado que o “grande esforço” que os profissionais da MAC estavam a fazer não seria possível manter por muito mais tempo, lembrando que só no dia 12 – quando encerraram cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia – a maternidade tinha realizado 25 partos, o número mais alto desde 2013, ano em que num dia de janeiro se registaram 22 partos.
A mesma responsável pediu ainda à Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde uma maior articulação a nível entre hospitais tendo em conta os encerramentos rotativos nas urgências destas especialidades, lembrado que a “capacidade da MAC também é um bocadinho limitada”.
A MAC tem registado uma média semanal de 442 atendimentos na urgência em agosto, acima da média de julho (320), e uma média de 13 partos por dia, 15 ao fim de semana (11 partos, em média, no mês homólogo de 2023).
LUSA/HN
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