Mpox: Unicef pede 14,8 ME para conter surto na África Oriental e Austral

23 de Agosto 2024

A Unicef apelou hoje a donativos no valor de 16,5 milhões de dólares (14,8 milhões de euros) para combater o vírus mpox na África Oriental e Austral.

“As crianças e as comunidades vulneráveis estão na linha da frente de um surto crescente de mpox na África Oriental e Austral. Foram detetados mais de 200 casos confirmados em cinco países (Burundi, Ruanda, Uganda, Quénia e África do Sul)”, declarou a agência da ONU, em comunicado.

Por esta razão, a organização sublinhou a reunião urgente de 14,8 milhões de euros para aumentar a resposta e a preparação em toda a região.

“Os requisitos de financiamento serão revistos periodicamente, à medida que a situação evolui rapidamente”, salienta-se no comunicado.

A nova variante do vírus mpox (clade 1b) foi identificada em todos os países afetados, com exceção da África do Sul, o que suscita preocupação devido ao seu potencial de transmissão mais alargada entre grupos etários, em especial crianças pequenas.

A Unicef afirmou que o Burundi registou o maior número de infeções nas duas regiões.

Até 20 de agosto, foram detetados 170 casos confirmados em 26 dos 49 distritos do país, 45,3% dos quais são mulheres.

As crianças e os adolescentes com menos de 20 anos representam quase 60% dos casos detetados no Burundi e as crianças com menos de cinco anos representam 21% das infeções, segundo a ONU.

“A nova estirpe constitui uma séria ameaça para as crianças e famílias vulneráveis”, afirmou a diretora regional da Unicef para a África Oriental e Austral, Etleva Kadilli.

“Para além da resposta imediata para salvar vidas, dos esforços de comunicação dos riscos e da colaboração transfronteiriça, deve ser dada prioridade aos investimentos no reforço global do sistema de saúde”, sublinhou Kadilli.

A OMS declarou no dia 14 um alerta sanitário internacional para o mpox, cuja doença infecciosa que pode causar glândulas inchadas e erupções cutâneas dolorosas ou com comichão, incluindo borbulhas ou bolhas.

O alerta sanitário da OMS está relacionado com a rápida propagação e a elevada mortalidade da nova variante no continente africano e com um primeiro caso na Suécia de um viajante que esteve numa zona de África onde o vírus circula intensamente.

Esta variante é diferente da clade 2, que causou um violento surto em África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.

Doze Estados membros da União Africana (UA) notificaram 18.910 casos de mpox e 541 mortes até agora em 2024, embora a grande maioria das infeções esteja na República Democrática do Congo, disse a agência de saúde pública da UA na terça-feira.

LUSA/HN

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