No centro dos protestos está a violação e o assassínio, em 09 de agosto, de uma médica residente em Calcutá, capital de Bengala Ocidental (leste), onde trabalhava.
Os manifestantes dizem que o ataque realça a vulnerabilidade dos profissionais de saúde nos hospitais de toda a Índia.
Manifestantes do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, do primeiro-ministro Narendra Modi, tentaram romper o cordão policial e marchar até ao gabinete da ministra-chefe estadual Mamata Banerjee, do partido Congresso Trinamool e exigiram a sua demissão.
Irregularidades no caso, como o facto de a morte ter sido inicialmente dada como suicídio, bem como a suspeita de envolvimento de mais do que uma pessoa no crime, desencadearam protestos entre os profissionais de saúde e aumentaram a pressão do público, dos tribunais e das principais agências de investigação.
Apesar da polícia ter proibido a manifestação e bloqueado as estradas, o protesto foi mesmo em frente. Agentes policiais empunhando bastões repeliram os manifestantes e dispararam gás lacrimogéneo e canhões de água.
Quatro estudantes ativistas foram detidos antes da manifestação, disse a polícia, que os acusou de tentar apelar à violência em grande escala.
O tribunal superior da Índia criou na semana passada um grupo de trabalho nacional de médicos para fazer recomendações sobre a segurança dos profissionais de saúde no local de trabalho.
O Supremo Tribunal disse que o painel definiria diretrizes para a proteção de profissionais médicos e profissionais de saúde em todo o país.
A Associação Médica Indiana (IMA) realizou a 17 de agosto uma greve geral, paralisando os serviços médicos não essenciais em todo o país, em protesto contra o homicídio.
A greve da maior associação de médicos do país juntou-se à uma paralisação realizada três dias antes pela Federação das Associações de Médicos Residentes da Índia.
Na declaração de greve, a IMA pediu o aumento dos protocolos de segurança nos hospitais para o nível dos existentes nos aeroportos, o fim do horário de trabalho de 36 horas, que a vítima cumpria na altura da morte, e a garantia de espaços seguros para os médicos descansarem.
A violência sexual contra as mulheres na Índia é um problema persistente e provoca frequentemente a reação de grande parte da sociedade, que exige mais medidas para garantir a segurança das mulheres.
Em 2022, a Índia registou 31.500 violações, ou cerca de 86 por dia, de acordo com um relatório das autoridades.
LUSA/HN
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